Com um nome inspirado no touro, símbolo do mercado em crescimento, a Webull busca aproveitar o momento favorável do varejo americano para expandir sua presença.
Após firmar sua posição em países asiáticos como Austrália e Singapura, a próxima fronteira da corretora é a América Latina, com operações já em andamento em São Paulo, na região da Faria Lima.
O recém-inaugurado escritório da Webull, localizado no coração financeiro da cidade, segue o padrão das empresas do setor, com um diferencial: o número reduzido de funcionários em relação à grande área disponível.
Esse espaço extra foi planejado para acomodar novos colaboradores à medida que a empresa se estabelece no Brasil, conforme explica Ruben Guerrero, CEO da Webull na América Latina.
Nascido na República Dominicana e com uma trajetória profissional entre São Paulo e Nova York, Guerrero revela sua afinidade com a capital paulista, destacando-a como uma de suas preferências. “É uma cidade muito melhor para se viver”, afirma.
Com domínio de português, espanhol e inglês, além de uma ampla experiência no setor financeiro, o executivo lidera a construção das operações da empresa na região, vista como um ponto crucial para o crescimento da companhia.
“A bolsa brasileira tem hoje 5 milhões de CPFs. Mas não estamos aqui pelos 5 milhões. Estamos aqui pelo potencial de crescimento desse mercado”, diz Guerrero.
Expansão estratégica da Webull no Brasil
Por conta do período de silêncio antes da listagem na Nasdaq, Guerrero não pôde revelar o número exato de usuários da Webull no Brasil, mas destacou que a escolha do país foi motivada pela crescente base de investidores que já utilizavam a plataforma.
Fundada há oito anos na Flórida pelo chinês Anquan Wang, a Webull surgiu com o objetivo de ser um “terminal Bloomberg” acessível para investidores de varejo.
Oferecendo dados financeiros gratuitos e uma interface intuitiva, a plataforma ganhou popularidade à medida que o mercado americano se expandia, consolidando-se também como uma ferramenta de negociação.
A Webull tem se destacado no mercado de opções dos Estados Unidos, que cresceu 44% em volume de contratos negociados nos últimos três anos, consolidando a empresa como a sétima maior corretora do setor em termos de volume de opções.
Esse rápido crescimento atraiu o interesse de grandes fundos de private equity, como General Atlantic e Rothschild Capital Management, que investiram na empresa, atualmente avaliada em US$ 7,3 bilhões.
A previsão é que a Webull faça sua listagem na Nasdaq entre o final deste ano e o primeiro trimestre do próximo, por meio de uma fusão com uma SPAC.
Além de fornecer dados financeiros sobre empresas e mercados globais, a Webull passou a oferecer aos investidores brasileiros acesso direto ao mercado americano.
A empresa também planeja operar no Brasil em breve, e para acelerar esse processo, adquiriu a corretora mineira H.H. Picchioni, buscando obter a licença necessária para operar no país. Contudo, a operação ainda depende da aprovação do Banco Central.