O Credit Suisse anunciou que irá levantar cerca de US$ 4 bilhões em capital novo de um banco da Arábia Saudita e também de outros investidores. O objetivo é financiar uma retirada de Wall Street e se recuperar de uma crise que vem atravessando.
O resultado será um Credit Suisse mais enxuto, com cerca de 9 mil funcionários a menos em três anos, com uma primeira onda de cortes envolvendo 2,7 mil pessoas sendo demitidas agora.
O banco afirmou que irá aprimorar seus negócios de trading e renomear seus mercados de capitais e negócios de consultoria como uma unidade independente chamada CS First Boston.
Banqueiro veterano e membro do conselho, Michael Klein, que ajudou a planejar a última reestruturação do banco, deixará o cargo para se tornar o executivo-chefe da nova unidade sob esse plano. O CEO do Credit Suisse, Ulrich Korner, disse que a unidade pode ser desmembrada para atrair outros investidores.
O banco confirmou que está prestes a transferir seu grupo de produtos securitizados — um grande negócio dentro do banco de investimento — para um consórcio formado pela Apollo Global Management e pela Pimco, segundo informações do “Wall Street Journal”.
As medidas, segundo o banco, visam canalizar seus ativos e outros recursos para a gestão de patrimônio para os ricos do mundo, que continuará sendo seu principal negócio. Ele disse que sua base de custos deve cair cerca de US$ 2,5 bilhões dos níveis atuais para cerca de US$ 14,7 bilhões até 2025.
Credit Suisse atravessa crise
O banco busca se reinventar após um colapso de um cliente em 2021, que custou mais de US$ 5 bilhões, além dos escândalos de reputação que aumentaram suas contas legais. A receita secou em alguns negócios importantes de financiamento e trading neste ano e, em julho, um novo presidente de conselho e equipe executiva disseram que uma mudança drástica era necessária.
Há décadas, o banco adquiriu as famosas empresas financeiras First Boston e Donaldson, Lufkin & Jenrette em uma onda de expansão fora da Suíça. Partes desses negócios prosperaram, mas os investidores, mais recentemente, atribuíram valor zero ao banco de investimento por causa de seus lucros voláteis e cobranças legais em andamento.
As mudanças de estratégia vieram junto com o quarto prejuízo trimestral consecutivo do Credit Suisse. O banco registrou perda líquida de cerca de US$ 4 bilhões no terceiro trimestre, em grande parte porque teve que reduzir o valor dos ativos fiscais diferidos para refletir os planos estratégicos.