Credit Suisse enfrenta crise e CEO pede "voto de confiança"

O novo CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, pediu aos investidores um "voto de confiança" em meio ao momento crítico

O novo CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, pediu aos investidores um “voto de confiança” em meio ao momento crítico que o banco passa. Ele afirmou que se prepara para sua mais recente reformulação. A turbulência nos mercados tem feito esse parecer um prazo longo.

O executivo disse aos empregados para não confundirem o desempenho do preço da ação no “dia a dia” com “a forte base de capital e posição de liquidez” da instituição. As ações estão pairando próximo de um piso recorde. O Credit Suisse está sofrendo as dores do que espera que seja uma ampla reestruturação do seu banco de investimento, enquanto Koerner tenta fazer a instituição voltar a ser rentável e pôr um fim a uma série de escândalos.

O CEO afirmou que divulgará atualizações regulares à equipe até os resultados de sua revisão estratégica, em 27 de outubro, de acordo com o memorando visto pela “Bloomberg” e confirmado por um porta-voz do Credit Suisse.

Koerner foi nomeado executivo-chefe no fim de julho e tem tido que lidar com especulações de mercado, saídas de executivos e dúvidas sobre o capital enquanto tenta estabelecer um caminho para o problemático banco suíço.

Ainda de acordo com a “Bloomberg”, mudanças radicais deverão acontecer no banco de investimento, podendo incluir o corte de milhares de empregos ao longo de vários anos. 

O custo da proteção dos bônus do Credit Suisse contra um default aumentou 15% na semana passada, chegando a níveis não vistos desde 2009, enquanto as ações tocaram um novo recorde de queda (fecharam a sexta a US$ 3,92 na bolsa de Nova York).

Analistas da KBW estimaram que a instituição pode precisar levantar 4 bilhões de francos suíços (US$ 4 bilhões) de capital, mesmo depois de vender alguns ativos para financiar qualquer reestruturação, de esforços de crescimento e outros fatores.

Segundo o “Valor”, a capitalização de mercado do Credit Suisse caiu para cerca de 10 bilhões de francos suíços (US$ 10,1 bilhões), o que significa que qualquer venda de ações seria altamente diluída para os detentores de longa data dos papéis. 

Credit Suisse pode quebrar?

O preço dos contratos de swap para proteção contra calotes (CDS, na sigla em inglês) com prazo de cinco anos do Credit Suisse, de cerca de 250 pontos-base, subiu em relação aos cerca de 55 pontos-base apresentados no início do ano e está próximo do maior nível já registrado. 

Apesar de estarem longe do considerado “problemático”, e estejam relacionados ao amplo momento de vendas nos mercados, os números mostram a deterioração das percepções de credibilidade do banco, atingido por uma série de escândalos, no ambiente atual.

Na última semana, o banco afirmou que estava trabalhando em possíveis vendas de ativos e negócios como parte de seu plano estratégico. Acordos para vender sua unidade de negociações de produtos securitizados estão sendo explorados. 

Além disso, também avalia a venda de suas operações de gestão de patrimônio na América Latina, excluindo o Brasil, e cogita reviver a marca First Boston, de acordo com à publicação. 

Crise do Credit Suisse repercute no Twitter

De acordo com o economista Dan Kawa, por meio da sua conta do Twitter, o caso passou a repercutir na rede social e se tornou um dos assuntos mais comentados da mesma. 

 

Enquanto acompanhamos as eleições no Brasil, o banco Credit Suisse entra no radar dos mercados internacionais. Há rumores de que o banco pode estar insolvente. O tema já é trending topics no Twitter.
— Dan Kawa (@DanKawa2) October 2, 2022

Segundo ele, há “rumores de que o banco pode estar insolvente”. Ele salienta que problemas bancários podem ser profecias auto realizáveis. Isso é, o simples fato de haverem rumores crescentes, podem levar a uma corrida bancária e a um problema de liquidez da instituição, neste caso, do Credit Suisse.