O Credit Suisse tenta tranquilizar investidores após rumores de uma possível crise de liquidez com o banco. De acordo com a área de gestão de fundos de investimento no Brasil, os FIIs (fundos imobiliários) listados no País não devem sofrer com o panorama atual.
Segundo fato relevante, arquivado nesta quarta-feira (5), a gestora afirmou que “os resultados e rendimentos dos FIIs do Credit Suisse seguirão suas alocações específicas, no contexto de suas respectivas atividades setoriais, uma vez que os recebimentos de locações, créditos e todos os demais direitos dos FIIs não têm correlação e não são compostos por títulos de emissão do Grupo CS”.
O documento ainda destaca que a desconfiança dos investidores que causou queda das ações do banco não deve afetar os fundos imobiliários. “[Os fundos] não são impactados por quaisquer alterações ou oscilações no valor das ações ou dos títulos de emissão do Grupo CS”, disse a gestora.
Atualmente, o banco realiza a gestão de oito fundos no brasil por meio da Credit Suisse Hedging-Griffo, ou CSHG:
CSHG Real Estate FII (HGRE11)
CSHG Logística FII (HGLG11)
CSGH Recebíveis Imobiliários FII (HGCR11)
CSHG Imobiliário FOF FII (HGFF11)
CSHG Renda Urbana FII (HGRU11)
CSHG Residencial FII (HGRS11)
Castello Branco Office Park FII (CBOP11)
CSHG Prime Offices FII (HGPO11)
A Instituição Administradora dos FIIs fez questão de destacar os indicadores de liquidez do banco. O comunicado ressalta que o grupo como um todo possui uma posição de liquidez com um índice de cobertura de liquidez (LCR, na sigla em Inglês) de 191% e ‘ativos líquidos de alta qualidade’ de 235 bilhões de francos Suíços.
“A capacidade de absorção total de perdas (TLAC, na sigla em Inglês) do Grupo Credit Suisse é de 96,9 bilhões de francos Suíços no segundo trimestre de 2022. O balanço patrimonial do Grupo CS é diversificado, com ativos líquidos que representavam cerca de um terço dos seus ativos totais no segundo trimestre de 2022″, consta no documento, segundo a Suno.
Entenda crise do Credit Suisse
Os rumores sobre a crise no banco suíço ganharam notoriedade na imprensa e nas redes sociais justamente na virada de setembro para outubro. O temor é de uma crise de liquidez por conta dos Credit Default Swap (CDS), que são títulos de dívida negociados no mercado financeiro internacional.
Os bônus atrelados a esses títulos subiram cerca de 15% semana passada, sendo o menor patamar desde a crise de 2009.
Novo CEO do banco, Ulrich Koerner pediu aos investidores um “voto de confiança” em meio ao momento crítico que o banco passa. Ele afirmou que se prepara para sua mais recente reformulação. A turbulência nos mercados tem feito esse parecer um prazo longo.
O executivo disse aos empregados para não confundirem o desempenho do preço da ação no “dia a dia” com “a forte base de capital e posição de liquidez” da instituição. As ações estão pairando próximo de um piso recorde. O Credit Suisse está sofrendo as dores do que espera que seja uma ampla reestruturação do seu banco de investimento, enquanto Koerner tenta fazer a instituição voltar a ser rentável e pôr um fim a uma série de escândalos.