A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) está estudando criar uma regulamentação para influenciadores digitais especializados em investimentos. A nova diretoria da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que tomou posse na última terça-feira (10), destacou a necessidade de fortalecer o acompanhamento de influenciadores digitais, que é de “extrema importância”.
A preocupação da CVM com os influenciadores vêm desde 2020, quando a Comissão publicou um Ofício Circular sobre sua atuação. No documento, a área técnica da Autarquia listou alguns elementos que auxiliam na distinção do indivíduo que atua em caráter profissional do meio ou não.
No ano passado, a CVM e a ANBIMA já haviam firmado um acordo para acompanhar a atuação dos influenciadores de investimento nas redes sociais. De acordo com a ANBIMA, o acordo prevê, entre outras medidas, “o uso de uma ferramenta de gestão de informações para o monitoramento de publicações sobre investimentos e finanças nas redes sociais”.
Crescimento dos influencers de investimento nas redes sociais
Dados da autarquia indicam que 1,1 milhão de pessoas físicas passaram a investir em renda variável entre 2020 e 2021, e este crescimento foi acompanhado de contas em redes sociais que passaram a cobrir este mercado.
Segundo a ANBIMA, em 2021, influenciadores de investimento ganharam 36 seguidores por minuto nas redes sociais. Além disso, foram registrados 406 mil publicações sobre o tema nos perfis estudados, o que totaliza, em média, um post a cada dois minutos.
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De acordo com o relatório “FInFluence – quem fala de investimentos nas redes sociais”, da ANBIMAcom apoio do IBPAD (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados), o Instagram é a plataforma mais utilizada pelos principais influenciadores digitais que falam sobre investimentos. Em seguida, vem o YouTube, e, por fim, o Twitter.
Em abril deste ano, a CVM flexibilizou as regras de equity crowdfunding para startups. A resolução nº 88, que entrará em vigor a partir de julho, permite a flexibilização das formas de divulgação da oferta pública, algo que era vedado até então. Isso inclui o uso mais expansivo das redes sociais e de influenciadores.
No fim do ano passado, a CVM decidiu fazer um estudo para avaliar os impactos da criação de regras específicas para influenciadores digitais de investimentos. O estudo será desenvolvido neste ano e irá servir de referência para a autarquia avaliar se deve regulamentar a atividade.