Fusão de hospitais

Dasa (DASA3): acordo com Amil traz vantagem competitiva, diz CEO

Ele também pontuou que o negócio foi a solução para reduzir a dívida e a alavancagem da empresa, e reforça aposta de longo prazo em hospitais

Dasa
Foto: Divulgação

O CEO da Dasa (DASA3), Lício Cintra, disse à Bloomberg que o acordo com a Amil traz “vantagem competitiva” que não existia, pois adiciona “capilaridade” para que seja uma solução com as fontes pagadoras.

Cintra também pontuou que a criação da joint venture em hospitais com a Amil foi a solução que, além de reduzir a dívida e a alavancagem da empresa, melhor endereça a tese de gestão hospitalar com visão de longo prazo.

“O maior desafio da desalavancagem é fazê-la da maneira sequencial correta, porque, caso contrário, nós reduzimos o valor dos ativos que possuímos”, disse Cintra.

O executivo, que assumiu o cargo de liderança em janeiro deste ano, depois de um período de transição de cinco meses à frente da operação como COO, fez referência ao desenho da joint venture que uniu a maior parte dos hospitais da Ímpar, que pertence à Dasa, com a Rede Américas, da Amil, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. 

Cintra disse que o negócio transmite o recado claro de que o foco é o eixo Rio-São Paulo-Brasília.

Isso significa que ativos que estão “fora da rota” e, portanto, são de integração mais complexa, como o Hospital São Domingos, no Maranhão, e do Hospital da Bahia, vão fazer parte da próxima etapa de desalavancagem da Dasa, ainda que também sejam “bons ativos”.

Dasa (DASA3) vai do salto à derrocada após anúncio de fusão

Os papéis da Dasa (DASA3) passaram por uma montanha-russa no último dia 14, com a empresa de saúde anunciando que fechou a tão esperada fusão com a Amil (AMIL3).

As ações da Dasa (DASA3) iniciaram o pregão com fortes ganhos, com investidores animados com a notícia, que gera uma gigante no segmento de hospitais. Na máxima do dia, os ativos chegaram a disparar 12,55%.

Contudo, os papéis da empresa foram progressivamente reduzindo os ganhos, chegando a zerar a alta durante a manhã. A DASA3 fechou com queda de 10,21%, a R$ 4,22.

Na perspectiva de Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, alguns fatores apontaram para a viração das ações durante a sessão. Segundo ele, em primeiro lugar, está o movimento “compra no boato, vende no fato”.

Em segundo lugar, ele aponta que a visão de que o processo de desalavancagem da Dasa é um dos principais trunfos da companhia com a operação, especialmente considerando o tamanho da transação.

“A Dasa deve se beneficiar, mas essa redução de alavancagem não se dá do dia para a noite, é bem demorada, e com a curva de juros lá em cima talvez a reestruturação demore um pouco mais. De qualquer forma, o movimento de mercado foi visto como positivo”, avaliou ele, de acordo com o “InfoMoney”.