O Dia do Consumidor, celebrado oficialmente em 15 de março, vem se consolidando como uma data aguardada pelo varejo. Em 2025, a data não passou em branco, se transformando em Semana do Consumidor, com diversas promoções que se estendem entre dias 9 e 15 de março.
Com a evolução do comércio eletrônico e a digitalização acelerada, o evento ganhou destaque entre lojistas e consumidores que buscam economia.
Só em 2024, a data movimentou cerca de R$ 602,8 milhões. As projeções para 2025 são ainda mais otimistas. O setor varejista aposta na redução da taxa de desemprego, no aumento da renda e na queda da inflação como fatores que devem impulsionar as compras este ano.
“De uma maneira geral, para 2025 a gente está esperando uma desaceleração das vendas do comércio, mas a gente tem confiança que esse primeiro trimestre ainda será muito positivo por conta do mercado de trabalho que segue aquecido”, destaca Thiago Carvalho, assessor da FecomercioSP.
Expectativas para as vendas do Dia do Consumidor
Entre os analistas e especialistas do setor, a expectativa é que a data pode gerar muita movimentação e se consolidar no mercado cada vez mais.
Segundo análise de Marcelo Marani, especialista em gestão e faturamento, o dia do consumidor vem ganhando força justamente porque entrega promoções reais, bem trabalhadas e estrategicamente posicionadas.
“O consumo no Brasil segue uma tendência de recuperação, mas com um consumidor muito mais seletivo e criterioso. Quem souber trabalhar bem esse público, trazendo ofertas bem estruturadas, experiência de compra fluída e diferenciação real, vai faturar”, explica.
Setores que mais se destacam na comemoração do Dia do Consumidor
De acordo com o especialista da Fecomercio SP, no Dia do Consumidor, as pessoas compram produtos para uso próprio e não para presentear, como é o Dia das Mães, Dia dos Namorados. Isso é uma característica que pode ser aproveitada por setores ‘esnobados’ em outras datas.
“Então, você tem medicamentos, produtos de higiene pessoal, às vezes algum serviço de veículo, de revisão, ou venda de autopeças, por exemplo”, explica o assessor da FecomercioSP.
Além desses setores, Jeff Patzlaff, Planejador Financeiro CFP e Especialista em investimentos também destaca oportunidade de boas promoções e faturamento em setores como:
- Linha branca;
- Produtos como geladeiras;
- Ar-condicionados;
- Maquinas de lavar;
- Eletrônicos como celulares;
- Roupas, calçados e acessórios;
- Alimentos e bebidas.
Além das promoções tradicionais, muitas lojas investem em cashback, frete grátis e parcelamentos sem juros, tornando as compras ainda mais atrativas.
Black Friday do 1º semestre?
A data foi criada em 15 de março de 1962 pelo então presidente dos EUA, John F. Kennedy, para defender direitos como segurança, informação, escolha e voz ativa. No Brasil, a celebração ganhou força após a criação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) em 1990.
Hoje, além de reforçar a importância dos direitos dos consumidores, o evento ganhou um apelido curioso: a Black Friday do primeiro semestre, beneficiando tanto consumidores quanto lojistas.
Apesar disso, segundo Thiago Carvalho, assessor da FecomercioSP, a data ainda está longe de se tornar tão grande quanto os eventos do fim de ano. “Acho difícil se equiparar porque a Black Friday e até mesmo o Natal contam com um ponto importante que é a injeção dos recursos do décimo terceiro salário”, destaca o especialista.
“Empresas que simplesmente replicarem o modelo da Black Friday podem acabar desgastando a data. Já aquelas que conseguirem criar um valor percebido único para o Dia do Consumidor vão transformar essa data em um marco no calendário do varejo”, diz Marcelo Marani é especialista em gestão e faturamento.
Jeff Patzlaff, Especialista em investimentos, também vê potencial para que a data ganhe ainda mais força.
“O dia do consumidor tem mostrado um crescimento significativo nos últimos anos e possui o potencial de se firmar como uma data tão relevante quanto a Black Friday, desde que as empresas continuem investindo em estratégias que atendam às expectativas e necessidades dos consumidores”, finaliza.