O sucesso que o (quase) licor faz na Bahia começou com os encontros no encontro de amigos e no happy hour na barbearia, onde Luiz Ramon fazia questão de levar a sua bebida de doce de leite. Então quando isso começou a crescer veio a ideia de criar um negócio.
E foi assim que a Don Luiz, uma bebida criada em Salvador, surgiu e que agora quer se espalhar pelos bares de São Paulo. A marca se prepara para sua primeira rodada de investimentos, focando na expansão da distribuição da bebida.
Levar a bebida nas festas dos amigos deu certo e, para construir o negócio, Ramon chamou como sócios os amigos Lucas Rocha, que tinha carreira em uma produtora de eventos da Bahia, e Matheus Vieira, dono da barbearia onde a bebida alcoólica começou a fazer sucesso.
A primeira produção artesanal da bebida aconteceu há 3 anos e depois de fazer sucesso na capital baiana, os sócios decidiram que já estava na hora de profissionalizar a operação. Estava tudo pronto para que a Don Luiz começasse a ser feita em uma fábrica em São Paulo, com a produção é terceirizada, mas o timing não ajudou o negócio. Lucas Rocha havia acabado de deixar a produtora que dirigia para se dedicar exclusivamente ao negócio de bebidas, mas era março de 2020 e só se falava em pandemia.
O susto durou até agosto de 2021 e uma fábrica de Santa Bárbara D’Oeste, no interior de São Paulo, começou a produção o coquetel de doce de leite sob encomenda. Rapidamente o tamanho do mercado paulista mostrou o potencial do negócio.
A Don Luiz viu São Paulo se tornar o principal mercado depois de um pouco mais de um ano, tendo 30% de um faturamento total projetado em R$ 5 milhões para 2021. A Bahia, terra dos fundadores, corresponde a 20%. O coquetel está atualmente presente em 18 estados, vendido em alguns varejistas e em empórios. Na capital paulista, sai por quase R$ 100 no Eataly.
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O aumento rapido das vendas em São Paulo mostrou que uma captação poderia elevar o patamar da empresa, que até só cresceu com a geração de caixa, já que os sócios praticamente não fizeram aportes. A Don Luiz foi selecionada para o programa de Scale-Up da Endeavor, que vem auxiliando a companhia na estrutura de uma rodada para o primeiro semestre de 2022.
“Ainda estamos decidindo se vamos trazer um investidor anjo, com um plano de negócios de um ano, ou um cheque maior”, disse o CEO da Don Luiz, Lucas Rocha. Prova desse avanço é o e-commerce que se tornou responsável por um terço das vendas durante o tempo em que a companhia está no programa com a Endeavor.
A companhia aposta que com a chegada de um investidor surjam oportunidades para investir em aquisição de clientes e conhecimento da marca. No médio prazo, a Don Luiz quer crescer também na região Sul. Pensando no futuro, a empresa deseja fazer parte do portfólio multinacionais como Pernod Ricard, disputando a preferência com Baileys e Amarula.
Uma das estratégias iniciais é crescer a presença da bebida nos bares paulistanos, que ainda é incipiente. Com mais de 40 receitas de drinks, incluindo misturas com vodka e gin, entre outros destilados feitos com a bebida, a Don Luiz está nas unidades do Bar do Urso da Mooca e Vila Madalena e na carta do Carat, restaurante nos Jardins assinado por Dayse Paparoto, a primeira vencedora do MasterChef.
Gelado, o coquetel também pode ser bebido como digestivo. Não fosse a gradação alcóolica, de 13%, a bebida poderia bem ser vendida como um licor (que precisa ter ao menos 15% de álcool).
