O fundador e diretor-executivo da Tesla (TSLA34), Elon Musk, anunciou a demissão de 3,5% dos assalariados nos próximos três meses, o que corresponderá a 10% da força de trabalho da companhia.
Os cortes anunciados por Elon Musk acontecerão nas unidades dos EUA entre os meses de junho e setembro e serão impulsionados pela quase inevitável recessão econômica no país causada pela elevação da taxa básica de juros.
O bilionário confirmou a informação no Fórum Econômico do Catar, organizado pela “Bloomberg”, nesta terça-feira (21).
De acordo com Musk, a expectativa é de que o número de trabalhadores pagos por hora superem os salários fixos em suas companhias.
Elon Musk e Tesla já receberam processos de ex-funcionários
Em resposta às declarações de Elon Musk, ex-funcionários da Tesla entraram com uma ação contra a companhia, afirmando que as demissões sem aviso prévio – que já ocorreram neste ano – violam leis federais do país.
Dois ex-trabalhadores da montadora de carros abriram processo contra a companhia no último domingo (19).
Colaboradores na fábrica de Sparks, em Nevada, os ex-funcionários alegaram que outras 500 pessoas foram demitidas sem aviso prévio.
“É muito chocante que a Tesla tenha violado descaradamente a lei trabalhista federal demitindo tantos trabalhadores sem fornecer o aviso necessário”, afirmou Shannon Liss-Riordan, advogada que representa os trabalhadores, à “Reuters”.
A advogada também confirmou que a Tesla está oferecendo a alguns funcionários apenas uma semana de indenização, e preparando uma moção de emergência com um tribunal para tentar impedir a empresa de tentar obter liberações de funcionários em troca da proposta inicial de apenas uma semana.
Em respostas às acusações, Elon Musk não tratou o assunto com a mesma relevância dos trabalhadores de Nevada.
“Não vamos ler muito em um processo preventivo que não tem fundamento”, disse o bilionário em evento no Catar.
O posicionamento de Elon Musk foi consequência do período de temor vivido nos EUA, principalmente após o aumento da taxa de juros realizado pelo FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) na última semana.