Elon Musk anunciou nesta última quinta-feira (21) que assegurou um financiamento de US$ 46,5 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 217,2 bilhões, para fechar a aquisição do Twitter. Desse montante, o fundador da Tesla e da SpaceX cobriria US$ 21 bilhões da compra tirando do próprio bolso, por meio da venda de ações do empresário.
Em um documento apresentado à SEC (o equivalente da Comissão de Valores Mobiliários nos EUA), Elon Musk diz também que considera falar diretamente com os acionistas do Twitter para comprar a rede social.
Um consórcio de bancos emprestará a Elon Musk US$ 12,5 bilhões (R$ 58,4 bilhões) por suas ações da Tesla, além de um financiamento adicional de US$ 13 bilhões (R$ 60,7 bilhões). O banco Morgan Stanley é o principal financiador, assegurando-lhe US$ 25,5 bilhões, seguido de outros como Bank of America e Barclays.
Ao optar por uma aquisição hostil do Twitter, Musk tenta evitar a diretoria da empresa, que é contrária à compra. O empresário diz que ainda não recebeu uma resposta do conselho da companhia referente à proposta encaminhada no início de abril. Sendo assim, o empresário avalia agora uma oferta pública para adquirir os ativos da plataforma, nos mesmos termos enviados à empresa, a US$ 54,2 por ação.
No entanto, o fundador da Tesla e da SpaceX diz que ainda não começou ou determinou se realmente fará a oferta pública, mas se resguarda ao direito de avançar no plano, caso seja necessário.
O Twitter inclusive já chegou a oferecer a Elon Musk uma vaga no conselho de administração, mas ele rejeitou a oferta. Em abril, o presidente da Tesla se tornou o maior acionista individual da companhia, com participação de quase 10%.
No início do mês, o conselho do Twitter aprovou uma cláusula estratégica, conhecida como “poison pill”, para se proteger dos avanços de Musk e diluir a participação de acionistas. O mecanismo prevê que, quando um investidor atingir uma fatia de 15% dos ativos, a companhia colocará no mercado novas ações com desconto para os demais acionistas.
Elon Musk trava uma batalha contra o Twitter desde o início de abril, criticando a gestão da atual diretoria. Segundo o empresário, a sua compra tem como intuito dar maior liberdade de expressão aos usuários. Diretores da plataforma, no entanto, temem uma interferência na moderação de conteúdo da rede social, tornando-a mais aberta a desinformação e discurso de ódio.