Elon Musk, o homem mais rico do mundo, pode ter que responder em tribunal caso desista de comprar o Twitter. Em abril, o CEO da Tesla anunciou que havia entrado em um acordo com a rede social para comprar 100% de suas ações por US$ 44 bilhões. No entanto, no dia 13 de maio, Musk suspendeu temporariamente a compra. Mas o empresário pode não ter muitas saídas jurídicas neste processo.
No anúncio de suspensão da compra do Twitter, Musk afirmou que “O acordo (para a compra) do Twitter está temporariamente suspenso por pendências em detalhes que sustentam que contas falsas de fato representam menos de 5% do usuários”, em um post na rede social. As ações do Twitter caíram cerca de 20% após a postagem.
No entanto, segundo o portal “Dow Jones”, o contrato oferece ao CEO da Tesla poucas maneiras de voltar atrás. Uma delas é se os bancos que concordaram em financiar o negócio não honrarem o empréstimo. A segunda é se os reguladores bloquearem o acordo. E a última é se o Twitter mudar significativamente para pior desde que o acordo foi assinado. Elon Musk também assinou um termo que dá ao Twitter o direito de pedir a um tribunal que o faça cumprir o acordo.
Elon Musk e a suspensão da compra do Twitter
A insistência de Elon Musk sobre bots na plataforma tem sido vista como suspeita, uma vez que o empresário já estava ciente dessa questão há anos. Desde 2018, Musk fala sobre isso em sua conta no Twitter. Além disso, ele afirmou, imediatamente após a compra da rede social, que um de seus objetivos seria “derrotar os robôs de spam” e “limpar robôs, spam e golpes”.
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O Twitter estima que bots representem menos de 5% de seus usuários diários monetizáveis. Um dia após Musk suspender a compra do Twitter, ele anunciou um plano para avaliar o número de contas falsas na rede social. A proposta consiste em analisar os primeiros mil seguidores de 100 perfis aleatórios que serão utilizados no estudo e chegar a uma estimativa de quantos usuários, entre esses seguidores, possuem contas falsas.
As ações do Twitter seguem em queda desde as falas de Elon Musk. Atualmente, os papéis da empresa estão cotados em US$ 37,11 bem abaixo dos US$ 54,20 por ação que o empresário se comprometeu a pagar no fim de abril. A queda do preço é um indicativo de que os investidores não acreditam mais que essa oferta irá permanecer. Para o Twitter, a garantia desse preço seria ideal, por isso pretende fechar o negócio e fazer cumprir o acordo de fusão.