A PF (Polícia Federal) intimou o CEO da Empiricus, Felipe Miranda, a prestar depoimento sobre o vídeo anônimo que circulou nas redes sociais em junho deste ano, com acusações contra o TC (TRAD3), empresa concorrente no mercado financeiro. As informações são do portal “Metrópoles”, parceiro do BP Money.
A intimação foi determinada pelo delegado Érico Marques de Mello, da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da PF em São Paulo, no dia 17 de novembro, após um áudio de uma ligação em que o CEO da Empiricus tenta convencer uma ex-funcionária do TC a tornar público um suposto caso de “estupro coletivo” que envolveria executivos da empresa.
O material foi enviado pelo TC à PF no mês passado, como elemento de prova da acusação de que Felipe Miranda estaria envolvido no material que derrubou as ações da companhia em 44%, provocando um prejuízo estimado em R$ 1 bilhão em valor de mercado.
A empresa também anexou prints de mensagens que Felipe Miranda enviou à ex-colaboradora do TC oferecendo um emprego a ela e, depois, propondo uma conversa antes do depoimento que ele prestaria no mês passado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), no âmbito de uma investigação sobre manipulação do mercado.
Os advogados de Miranda enviaram uma petição ao MPF (Ministério Público Federal) em que confirmam que o CEO procurou a ex-funcionária do TC em mais de uma ocasião, mas negaram qualquer tentativa de interferência do empresário na investigação sobre o vídeo apócrifo que derrubou as ações da empresa concorrente.
O diálogo ocorreu dois dias após Felipe Miranda publicar um relatório instruindo investidores a apostarem na queda das ações do TC, e oito meses antes da divulgação do vídeo em que uma mulher anônima, maquiada de palhaça, faz acusações contra o TC, incluindo a suspeita sobre um “estupro coletivo” na sede da empresa.
Suposto crime de estupro não teria ocorrido dentro do TC
Uma das acusações do vídeo da palhaça cita um suposto crime de estupro contra uma funcionária, dentro da empresa. De acordo com Albuquerque, a informação não é legítima. O CEO do TC explicou que Felipe Miranda teria a informação de que uma ex-funcionária teria sido vítima de estupro, fora da empresa, em uma festa particular, e estaria usando essa informação para envolver a companhia de Pedro Albuquerque e “auferir ganhos milionários” no mercado financeiro.
“Felipe Miranda ligou para uma ex-funcionária do TC e disse que tinha posse de infos graves contra o TC. a divulgação do relatório foi apenas um pretexto para uma abertura de uma posição milionária no mercado financeiro contra o TC, para auferir ganhos milionários com a intenção de dar publicidade a essa informação que Felipe tinha, de um caso de estupro coletivo com relação ao TC, que é uma informação mentirosa”, disse Albuquerque.
“Aqui, confirmo, não há nenhum caso relacionado ao TC. Essa pessoa que foi vítima estava fora do TC em uma festa particular. Não cabe ao TC controlar a vida privada dos nossos funcionários”, complementou o CEO da companhia.
Segundo Albuquerque, Felipe Miranda ainda teria oferecido emprego para essa ex-colaboradora do TC. “Postura intimidatória contra uma pessoa que foi vítima, sem nenhuma preocupação, apenas com o intuito de distorcer uma informação para promover queda nas ações do TC”, disse Albuquerque.
“Esperamos e confiamos que a Justiça e a CVM hajam com relação a esses fatos divulgados”, concluiu Albuquerque, CEO do TC.