Boa perspectiva

A Casas Bahia (BHIA3) fecha com alta de 34% após o anúncio de recuperação extrajudicial

O pedido tem como ponto central o alongamento de todas as dívidas da empresa.

Foto: Divulgação
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As ações da Casas Bahia (BHIA3) fecharam com alta de 34,19% nesta segunda-feira (29). O movimento mostra o bom humor dos investidores em relação às últimas decisões tomadas pela organização.

Na véspera, a Casas Bahia (BHIA3) anunciou a medida de recuperação extrajudicial, fazendo o mercado iniciar a semana com perspectiva positiva para a varejista.

O pedido tem como ponto central, conforme antecipado pelo “UOL”, o alongamento de todas as dívidas da empresa. O novo prazo para a quitação das dívidas é de 72 meses (seis anos).

Para Pedro Marinho Coutinho, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, a recuperação irá proporcionar melhores condições de caixa no curto prazo.

“O mercado gostou, pois estava bastante preocupado com a capacidade de pagamento da empresa. Isso mostra também um otimismo maior quanto ao turnaround implementado por Renato Franklin, CEO da empresa”, destacou o especialista.

“O setor de varejo vive a expectativa de um cenário de juros ainda mais baixos, o que aliviaria de forma gradativa o bolso do consumidor brasileiro. Algumas empresas têm sido destaque de atenção por parte dos analistas e investidores, devido ao endividamento relevante e à sua capacidade de pagamento”, acrescentou Coutinho.

Além disso, Bruno Corano, economista e investidor da Corano Capital, apontou que o setor de varejo e de eletrodomésticos vem há alguns anos operando com “margens estreitas”, no país. Seja por diversos fatores, que variam dos impactos da pandemia, crise no mercado de chip, à cenário macroeconômico.

“Se isso não bastasse, com a oscilação de demanda e com a necessidade de financiamento e caixa, em razão dos altos estoques e de uma operação muito onerosa, essas empresas contraíram dívidas”, explicou Corano.

Casas Bahia (BHIA3): ‘agora, vamos focar na operação’, diz CEO

Após a Casas Bahia (BHIA3) concluir um acordo para reestruturar sua dívida bancária, garantindo uma economia de R$ 1,5 bilhão em seu caixa para este ano, o CEO da varejista, Renato Franklin, afirmou que o foco será nas opeções . 

“Todo ano tínhamos um muro de cerca de R$ 1 bilhão. Era apertado e tirava o foco da parte operacional. A preocupação era o próximo vencimento. Agora, vamos focar na operação”, disse o executivo ao NeoFeed.

Anteriormente, em fevereiro deste ano, a empresa já havia renegociado R$ 1,5 bilhão em dívidas com vencimento em 2024 e 2025, o que deu um respiro temporário para a execução de seu plano de reestruturação.