As ações da Marcopolo (POMO4) estão entre as mais altas do Ibovespa nesta sexta-feira (1º). A valorização intraday está próxima de 8%, atingindo R$ 8,92, o maior valor desde novembro de 2024.
O movimento é uma consequência dos resultados do 2º trimestre, divulgados ontem, quinta-feira (31), após o fechamento, disse o InfoMoney. De acordo com os analistas da XP, o desempenho da Marcopolo agradou pelo conjunto de resultados que sinalizam continuidade na melhora operacional.
Para justificar, a corretora apontou, por exemplo, que a receita líquida de R$ 2,3 bilhões superou as projeções em 6%, com crescimento de 18% na comparação anual e 37% em relação ao trimestre anterior, sustentada por um mix de produtos mais valorizados pelas exportações, que cresceram 118% ao ano.
A margem Ebitda recorrente alcançou 17,6%, um aumento de 2,6 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, devido à alavancagem operacional sazonal e ao maior peso de modelos pesados nas vendas.
De acordo com a XP, a queda da taxa básica de juros, a Selic, num futuro próximo, deve favorecer ainda mais o potencial de valorização das ações.
O JP Morgan também destacou o resultado acima do esperado, com receita 5% superior ao consenso e margens superiores. Para a instituição financeira, o volume total de produção foi de 4 mil unidades, 4% maior que no mesmo período no ano passado. A margem bruta chegou a 25,7%, segunda maior da história da companhia; resultado foi favorecido pelo mix mais rentável, especialmente nos modelos pesados.
O JP Morgan mencionou que as receitas domésticas da Marcopolo ficaram 7% abaixo da expectativa, em função de uma maior concentração em produtos com menor valor agregado, e que o programa Caminho da Escola teve redução nas entregas no trimestre, com previsão de volumes estáveis para este ano.
Por outro lado, o Bradesco BBI reforçou o otimismo e recomendou compra das ações, apontando que a receita no Brasil cresceu 46% no trimestre em relação ao trimestre anterior, revertendo a queda anual, com destaque para os ônibus rodoviários. A margem Ebitda melhorou mesmo diante da alta nos custos de matérias-primas e da valorização do real cujos efeitos de hedge aparecem abaixo da linha do Ebitda.
O BBI diz que a Marcopolo também indicou sinais iniciais de recuperação no segmento urbano e crescimento da carteira de pedidos, principalmente para ônibus elétricos. Sobre o Caminho da Escola, a expectativa é de volumes semelhantes aos de 2024, mantendo previsibilidade nas entregas.
Por fim o Itaú BBA calcula que o lucro líquido superou as estimativas em 18%, com margem Ebitda de 17,3%, acima do esperado pelo mercado. O banco aponta que os volumes cresceram 3,5% na comparação anual, com exportações e produção na Argentina em alta, e que a maior participação de veículos de maior valor agregado nas entregas explica a melhora na rentabilidade
O Itaú pondera, no entanto, que o mercado doméstico ainda enfrenta dificuldade para renovação de frotas devido aos custos elevados de financiamento, o que mantém a empresa focada na disciplina de capital e modernização industrial. Para o banco, o valuation atual, com preço sobre lucro (P/E) de sete vezes para 2026, combina com o potencial de valorização das ações.
O presidente-executivo André Armaganijan disse à agência de notícias Reuters que a demanda doméstica segue contida pelo alto custo do financiamento para renovação de frotas, fazendo com que os clientes comprem apenas o essencial.
A Marcopolo (POMO4) diz que aposta em melhorias nas fábricas e em produtos elétricos, além da ampliação das exportações, principalmente para o mercado europeu, que cresce em investimentos em transporte público e redução de poluição.
Marcopolo (POMO4) encerra 2º timestre com alta de 28%
A Marcopolo (POMO4) registrou um lucro líquido de R$ 321,1 milhões no segundo trimestre, o que representa um aumento de 28% em relação ao apurado no mesmo intervalo de 2024, quando lucrou R$ 250,9 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) totalizou R$ 398,3 milhões no período, uma alta de 4,2% em um ano. A margem do Ebitda caiu 2,2 pontos porcentuais (p.p.), passando de 19,5% para 17,3% entre os períodos.
A receita operacional líquida da empresa cresceu 17,8% entre abril e junho frente ao mesmo trimestre de 2024, para R$ 2,305 bilhões.
Segundo a companhia, o desempenho reflete um melhor cenário de mercado nas operações externas da Marcopolo, com ampliação de volume nas exportações e no conjunto das operações internacionais.
O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 42,7 milhões comparado com um negativo de R$ 23,9 milhões registrados no segundo trimestre de 2024.
O endividamento financeiro líquido totalizou R$ 1,362 bilhão no encerramento de junho. Desse total, R$ 1,174 bilhão são provenientes do segmento financeiro (Banco Moneo) e R$ 187,9 milhões do segmento industrial.
Produção
A produção consolidada da Marcopolo foi de 3.800 unidades no segundo trimestre deste ano, com redução de 5% na comparação anual. No Brasil, a produção atingiu 3.077 unidades, 8,3% inferior há um ano, enquanto no exterior a produção foi de 723 unidades, 12,4% superior.
A produção brasileira de carrocerias para ônibus atingiu 6.817 unidades, redução anual de 2,7%, sendo 5.822 unidades destinadas ao mercado interno e 995 para exportação.