Crise no agro

AgroGalaxy (AGXY3): Justiça aprova pedido de recuperação judicial

No pedido de recuperação judicial, a companhia revelou um passivo total de R$ 3,7 bilhões e US$ 160 milhões

Agrogalaxy
Foto: Divulgação

A AgroGalaxy (AGXY3) anunciou, na terça-feira (1º), que foi aceito pela Justiça o pedido de recuperação judicial da empresa. A decisão foi proferida na 19ª Vara Cível e Ambiental da Comarca de Goiânia.

No pedido de recuperação judicial, a companhia revelou um passivo total de R$ 3,7 bilhões e US$ 160 milhões. O valor inclui obrigações com instituições financeiras, produtores rurais e fornecedores.

Entre os maiores credores da empresa, destaca-se a Vert Companhia Securitizadora, responsável por estruturar CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) da AgroGalaxy, que somam R$ 516,4 milhões.

O vencimento antecipado desses CRAs foi acionado devido à crise de liquidez da empresa, colocando pressão adicional sobre sua situação financeira.

Crédito no mercado agro abala e eleva preocupações após RJ da Agrogalaxy

A recente recuperação judicial (RJ) da Agrogalaxy, um dos principais players do agronegócio brasileiro, acendeu um sinal de alerta no mercado de crédito agro. Com impacto direto sobre credores e investidores, o episódio desencadeou uma onda de cautela, afetando a percepção de risco no setor e gerando discussões sobre as condições econômicas que cercam a concessão de crédito ao agronegócio.

Especialistas ouvidos pelo BP Money destacam os desafios e estratégias que estão sendo adotadas para mitigar esses riscos.

Segundo Elaine Domenico, especialista em mercado de capitais e sócia da The Hill Capital, o aumento nos pedidos de recuperação judicial, que atingiram níveis recordes entre janeiro e agosto, é um indicativo claro de dificuldades financeiras enfrentadas pelas empresas do setor. 

“Quando muitas empresas pedem recuperação judicial, isso reflete uma incapacidade de honrar dívidas, o que aumenta o risco para os investidores em títulos como debêntures ou CRIs/CRAs”, explica Domenico. Para ela, a avaliação criteriosa do histórico financeiro das empresas e das garantias oferecidas é fundamental para mitigar os riscos no mercado de capitais.