Sem 'fundamentos sólidos'

Americanas (AMER3): após alta de 75%, é hora de comprar?

As ações das Americanas (AMER3) fecharam nesta terça-feira com queda de 4,41%, negociadas a R$ 9,10

Americanas (AMER3) / Foto: Divulgação
Americanas (AMER3) / Foto: Divulgação

O resultado do terceiro trimestre das Lojas Americanas (AMER3) animou o mercado. O balanço foi divulgado na quinta-feira (14) e, por conta do feriado da Proclamação da República na sexta-feira (15), a repercussão na Bolsa de Valores só pôde ser vista na segunda-feira (18).

As ações das Americanas (AMER3) fecharam nesta terça-feira com queda de 4,41%, negociadas a R$ 9,10.

Os papéis da companhia atingiram alta de 75% na segunda-feira. Naturalmente, esse movimento arrefeceu no decorrer do pregão da véspera e desta terça-feira. Com isso, o questionamento que fica é: é hora de comprar?

Especialistas ouvidos pela BP Money sinalizaram que, ainda que o balanço do varejista tenha sido positivo, existem desafios a serem enfrentados. “Apesar da melhoria operacional e dos números do terceiro trimestre, ainda é cedo para afirmar que a Americanas está definitivamente ‘de volta aos trilhos’”, disse Max Bohn, diretor de estratégia da Nomos.

Assim, o entendimento é que, para investidores de médio e longo prazo, é fundamental haver um acompanhamento dos próximos dois ou três trimestres antes de tomar decisões. Para Bohn, são precisos “fundamentos mais sólidos” para tomar decisões em relação aos papéis da Americanas.

A alta observada na véspera foi impulsionada por aspectos técnicos, o que não quer dizer que a percepção do balanço foi de uma recuperação robusta. “Para quem pensa em especulação, o papel pode oferecer oportunidades. No entanto, para investimentos de longo prazo, o cenário exige cautela e acompanhamento mais detalhado dos próximos resultados”, disse o especialista.

O que chamou atenção no balanço da varejista?

Segundo o resultado do terceiro trimestre de 2024 das Americanas, a companhia conseguiu reduzir seu número de lojas para 1.600 unidades. O resultado operacional da empresa foi positivo, com destaque para o crescimento de 14% no faturamento.

Atualmente, a dívida líquida da companhia está em torno de R$ 700 milhões. “Um nível muito mais controlado em comparação ao cenário anterior”, comentou Bohn.

Além disso, a companhia é negociada a 1,3x EV/Ebitda, considerando uma geração de Ebitda (lucro antes de juros, imposto, depreciação e amortização) anual de cerca de R$ 2 bilhões e uma receita de R$ 13 bilhões. “Esses múltiplos indicam uma avaliação atraente, mas somente se a melhoria operacional se sustentar”, disse o especialista.

Americanas (AMER3): pacote de corte de gastos do governo pode impactar varejistas indiretamente

No momento, o mercado aguarda ansiosamente pelo anúncio do pacote de contenção de gastos do governo.

Na perspectiva de Gianluca Di Matina, especialista em investimentos da Hike Capital, as medidas podem impactar com certeza “o ambiente econômico e, consequentemente, o setor varejista”.

A promessa do anúncio dessas medidas corre desde as eleições municipais. Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o texto já está em posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim, o esperado é que ele seja anunciado após a reunião do G20, que encerra nesta terça-feira (19).

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