Avalição de analistas

Apagão cibernético: é incerto se empresas vão recuperar prejuízos

Uma atualização de um produto da empresa de segurança digital CrowdStrike foi apontada como gatilho para o apagão

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Tecnologia / Foto: Freepik

As possibilidades de reaver prejuízos ocasionados pelo apagão cibernético que ocorreu na sexta-feira (19) ainda não são claras. Ao passo que os sistemas foram gradualmente restabelecidos, analistas calcularam perdas relacionadas às paralisações de operações e às possibilidades de redução das perdas.

Uma atualização de um produto da empresa de segurança digital CrowdStrike foi apontada como gatilho para o apagão, afetando clientes que utilizam o sistema Windows, da Microsoft (MSFT34). A Microsoft declarou ainda na sexta-feira que o problema já havia sido solucionado.

Ocorre que contratos com grandes empresas de tecnologia costumam implicar em uma responsabilidade muito limitada para eventos como o que ocorreu na véspera, e até os seguros disponíveis normalmente também tratam de situações do tipo, apostaram especialistas sobre o tema.

Por exemplo, os contratos da Microsoft ocorrem por meio de SLA (Service Level Agreement, ou, na tradução livre, acordo de nível de serviço). São compromissos assumidos pela prestadora para assegurar que, caso determinadas aplicações não funcionem ou sua paralisação não seja resolvida em um prazo desejado, ela deve ressarcir a contratante.

A ação da Microsoft foi consideravelmente rápida, com o problema sendo corrigido já pela manhã, no Brasil. O movimento deve ter reduzido o caso de empresas brasileiras reivindicando ressarcimento, o que geralmente é realizado por meio de créditos de desconto no pagamento em meses seguintes.

Os seguros cibernéticos têm se popularizado entre as grandes corporações, como bancos e companhias aéreas, em busca de proteção contra ciberataques.

“A maioria das apólices cibernéticas não cobre responsabilidades decorrentes de falha do sistema, portanto, as exposições podem ser inferiores ao previsto”, disse, de acordo com o “InfoMoney”, a diretora de Cyber e Tech Insurance na Howden, Marta Schuh.

Quem é o bilionário que perdeu US$ 282 mi por apagão cibernético?

O apagão cibernético ocorrido na manhã de sexta-feira (19) causou transtornos em todo o mundo, afetando sistemas de bancosaeroportos, hospitais e indústrias. A responsável pelo pane foi a empresa CrowdStrike, cujo CEO, o bilionário George Kurtz, perdeu cerca de US$ 282 milhões devido ao problema. 

Kurtz é o fundador e atual presidente-executivo da CrowdStrike desde 2012. A companhia de cibersegurança nasceu no Texas, estado dos EUA

O bilionário tem 59 anos e é bacharel em contabilidade pela Universidade de Seton Hall, em Nova Jersey, nos EUA. Antes da CrowdStrike, Kurtz foi gerente nas consultorias da PwC e EY, até criar outra empresa de cibersegurança na qual foi CEO, a Foundstone, em 1999.

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