
O Mercado Livre (MELI34) divulgou, nesta quarta-feira (7), um aumento de 44% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 494 milhões. O valor superou as estimativas dos analistas, com destaque para a recuperação das operações na Argentina.
Segundo o balanço, o país vizinho foi o principal impulsionador dos resultados. As vendas na Argentina, medidas pelo GMV (valor bruto de mercadorias), cresceram 126% em uma base cambial neutra — ante um aumento de 40% no total da companhia.
O vice-presidente financeiro da empresa, Martin de los Santos, afirmou à Reuters que a base de comparação mais fraca contribuiu para o desempenho expressivo da Argentina, já que o país enfrentava os impactos iniciais da desvalorização do peso no final de 2023.
A inflação e as taxas de juros mais baixas também favoreceram o crescimento das vendas e o aumento do apetite por crédito no país, segundo a companhia.
“Observamos melhorias em nossas plataformas [na Argentina] nos últimos trimestres, e elas continuaram no primeiro trimestre”, declarou De los Santos, conforme publicado pelo InfoMoney.
Argentina: taxas de câmbio convergem enquanto mercado observa BC
As principais taxas de câmbio da Argentina, o dólar/peso oficial e o dólar blue (paralelo), convergiram nesta terça-feira (6), após quase seis anos de controles rígidos de capital no país.
O preço oficial de um dólar subiu para 1.203 pesos, superando a taxa de câmbio do mercado paralelo, de 1.180 pesos. O movimento representa uma forte reversão em relação aos últimos anos, quando a taxa oficial estava fixa e o acesso a dólares era severamente restrito, o que elevava os preços no mercado paralelo.
Sob o governo de Javier Milei, a Argentina passa por uma ampla reforma econômica, com uma política monetária mais rígida que tem ajudado na reversão de um profundo déficit fiscal, além de contribuir para o controle de uma das maiores taxas de inflação do mundo.