Dívida de R$ 31,35 bilhões

Azul (AZUL4) entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Em meio ao agravamento da situação financeira da empresa, cuja dívida atingiu R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025

Foto: Reprodução
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A companhia aérea Azul (AZUL4) deve entrar nesta quarta-feira (28) com um pedido de recuperação judicial nos EUA, utilizando o mecanismo previsto no Chapter 11 da lei americana de falências.

A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico na noite de terça-feira (27), com base em relatos de quatro fontes familiarizadas com o assunto.

O movimento ocorre em meio ao agravamento da situação financeira da empresa, cuja dívida atingiu R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um aumento de 50,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Sem a proteção oferecida pela justiça americana, a Azul vinha encontrando obstáculos para acessar novos recursos no mercado. Ainda assim, conseguiu levantar aproximadamente US$ 1,6 bilhão em acordos com credores e investidores.

“Tomamos a decisão estratégica de iniciar uma reestruturação financeira voluntária com um movimento proativo para otimizar a nossa estrutura de capital – que foi sobrecarregada pela pandemia da Covid-19, turbulências macroeconômicas e por problemas na cadeia de suprimentos da Aviação”, declarou John Rodgerson, CEO da empresa.

Mudança de rumo e desafios financeiros na Azul

A Azul afirma que seu plano vai além da simples reorganização financeira. “Nossa estratégia não se resume apenas à reorganização financeira.

Ao utilizar esse processo, nós acreditamos que criaremos uma companhia aérea robusta, resiliente e líder – uma com a qual os Clientes continuarão adorando voar, na qual os Tripulantes continuarão amando trabalhar e que gerará valor para seus parceiros”, afirmou a empresa.

A busca por proteção judicial representa uma guinada na postura da companhia, que até pouco tempo rejeitava publicamente a ideia de recorrer ao Chapter 11.

Desde 2024, a Azul vinha tentando reestruturar sua situação financeira, mas as negociações esbarraram em um ambiente macroeconômico adverso — com instabilidade no câmbio e aumento das taxas de juros nos EUA.

No fim do primeiro trimestre de 2025, a empresa registrava R$ 655 milhões em caixa e equivalentes, montante 51% inferior ao do mesmo período do ano anterior. Nesse período, a credibilidade da companhia também foi abalada com o rebaixamento de sua nota de crédito pelas agências S&P e Fitch.