Resultados fracos

Azul (AZUL4): Moody's rebaixa nota de crédito e cita riscos de liquidez

“A Azul tem um balanço altamente alavancado e uma cobertura de juros fraca, o que limita a geração de fluxo de caixa livre", disse a agência

Azul
Foto: Divulgação

A Azul (AZUL4) comunicou que agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating corporativo da empresa para ‘CAA2’ de ‘CAA1’.

Ao mesmo tempo, rebaixou para CAA1, de B3, a classificação da dívida sênior garantida, e para CAA2, de CAA1, o rating das dívidas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP (Delaware).

Segundo relatório, o rebaixamento da Azul reflete os resultados mais fracos da companhia durante 2024 e a consequente queima de caixa, o que aumentou os riscos de liquidez.

A Azul gerou R$ 1,2 bilhão em EBIT (lucro antes de juros) durante o primeiro semestre de 2024, mas altas necessidades de capital de giro, carga da dívida e despesas de capital levaram a uma queima de caixa cumulativa de R$ 1,2 bilhão no mesmo período.

A Moodys também ressalta que posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023, e a empresa tem R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento vencendo a curto prazo.

Como resultado, conforme a agência de risco, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar negociações adicionais com arrendatários e financiamento adicional para atender suas necessidades de liquidez.

“A classificação familiar corporativa Caa2 da Azul (CFR) reflete a exposição da Azul à volatilidade da indústria aérea e aos crescentes riscos macroeconômicos, combinados com seus indicadores de crédito ainda fracos”, diz relatório.

“A Azul tem um balanço altamente alavancado e uma cobertura de juros fraca, o que limita a geração de fluxo de caixa livre (FCF) da empresa”, completa o documento.

Azul (AZUL4) vive ‘dilema de diluição’, diz XP

Em seu mais recente relatório sobre a Azul (AZUL4), a XP se referiu ao cenário da aérea como um “dilema de diluição”. A casa manteve recomendação neutra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 6,60, correspondendo a um potencial de valorização de 18%.

O dilema relatado pela XP ocorre mesmo com a aérea conseguindo um acordo extrajudicial bem sucedido com os arrendadores/fornecedores. A questão é que a Azul (AZUL4) liquidou parte de sua concessão de aeronaves por meio de um instrumento conversível em ações. Tal instrumento fornece uma antecipação para a liquidez, mas implica num risco específico de diluição de capital.

Em seu relatório, a casa destacou que, no preço atual das ações da empresa, a conversão representa uma diluição de 56% para os acionistas. Esse nível foi classificado como “severo” pela XP.

Diante disso, os analistas da casa atualizaram suas estimativas para incluir um desempenho mais fraco do RASK, ao passo que a XP atrapalha as estimativas de tarifa. A projeção também aponta para um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo, baseado em uma redução ainda mais forte do CASK.


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