A BlackRock (BLAK34) pretende adquirir aproximadamente 10% das ações ofertadas no IPO (Oferta Pública Inicial) da Circle, segundo informações obtidas pelo Valor Econômico junto a fontes próximas ao tema. O movimento ocorre em meio ao estreitamento dos laços entre o setor financeiro tradicional e o mercado de criptoativos.
A emissora da stablecoin USDC e alguns de seus acionistas — incluindo o cofundador e CEO Jeremy Allaire — pretendem captar até US$ 624 milhões com a oferta, conforme documento enviado à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) na última terça-feira (27). A Ark Investment Management, de Cathie Wood, também demonstrou interesse em comprar até US$ 150 milhões em ações, segundo o mesmo material.
O IPO da Circle já teria recebido pedidos várias vezes superiores à quantidade de ações disponíveis, de acordo com a Bloomberg News. A expectativa é de que o valor final da operação seja definido em 4 de junho.
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BlackRock e o mercado de criptoativos
Ainda conforme o documento, a BlackRock administra, em nome da Circle, um fundo de mercado monetário que mantém 90% das reservas que lastreiam o USDC. O Circle Reserve Fund possuía um saldo de US$ 53,5 bilhões em 22 de maio.
Os detalhes da oferta ainda podem ser alterados, e a BlackRock pode realizar a aquisição por meio de um veículo ou entidade afiliada — ou até mesmo decidir não concluir o negócio, disseram as fontes, que pediram anonimato por se tratar de informação confidencial. Representantes da BlackRock e da Circle preferiram não comentar.
Criptoativos e Mercados de Capitais nos EUA
Empresas do setor de criptoativos têm ganhado espaço nos mercados de capital aberto dos EUA, impulsionadas pelo apoio do presidente Donald Trump e aliados. A movimentação tem conferido maior legitimidade ao setor, que também aguarda definições regulatórias. Propostas que tramitam na Câmara e no Senado dos EUA preveem que stablecoins sejam lastreadas integralmente em dinheiro e ativos seguros.
