O CEO da Boeing (BOEI34), Dave Calhoun, sinalizou nesta terça-feira (4) que uma guinada dos EUA em direção ao isolamento pode prejudicar as exportações e a economia. A afirmativa mostrou o posicionamento do executivo contra a retórica protecionista no momento em que o país norte-americano se prepara para a eleição presidencial em novembro.
“Somos uma empresa que depende do comércio”, disse o CEO da Boeing (BOEI34), que está deixando o cargo, em uma entrevista no palco do Berlin Aviation Summit. “Serei o primeiro a reconhecer que isso parece estar indo na direção errada e já há algum tempo”, disse ele, de acordo com a “Bloomberg”.
O executivo não esboçou sua preferência entre os presidenciáveis, o atual presidente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump.
Em maio, Biden aumentou as tarifas de importação sobre uma série de produtos chineses, incluindo veículos movidos a bateria, ao passo que Trump declarou que as medidas não foram “duras o suficiente”.
A aquisição de aeronaves pode crescer ou diminuir com as relações econômicas, especialmente em mercados de forte crescimento como a China. Nesse sentido, a concorrente europeia Airbus tem buscado melhorar sua posição nesse mercado com a fabricação local.
Em contrapartida, os negócios da Boeing na China têm sido afetados pelo desgaste das relações políticas entre os dois países.
Boeing (BOEI34) não deve gerar caixa para o ano que vem, diz diretor
O diretor financeiro da Boeing (BOEI34), Brian West, alertou os investidores, na última quinta-feira (23), sobre o impacto negativo semelhante ou pior ao observado no primeiro trimestre de 2024 que a empresa deve vivenciar. Segundo West, é improvável que a Boeing gere caixa para o ano que vem.
Em abril, a empresa havia dito que esperava reduzir o consumo de caixa neste trimestre e encerrar 2024 com fluxo de caixa positivo.
“Frustramos e decepcionamos nossos clientes por causa de alguns dos problemas de produção e cadeia de fornecimento que enfrentamos”, disse Brian.