A Boeing decepcionou o mercado com a divulgação dos resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024. A fabricante de aviões reportou um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões e de US$ 10,44 por ação em termos ajustados, contra projeção de US$ 10,35 de analistas.
Contudo, a receita da Boeing teve queda anual de 1% no trimestre, a US$ 17,84 bilhões, acima do consenso da FactSet, de US$ 17,82 bilhões.
Já o fluxo de caixa livre (FCL) da empresa estava negativo em US$ 2,0 bilhões no fim de setembro, abaixo da projeção da FactSet, de uma posição negativa de US$ 2,41 bilhões. A carteira de pedidos (backlog) da fabricante de aviões americana ficou em valor de US$ 511 bilhões no período.
Em nota, o CEO da Boeing, Kelly Ortberg, que assumiu o cargo em agosto, afirmou que “levará tempo” para que a empresa retome seu “legado anterior” para liderar o setor aeroespacial novamente.
Por volta das 10h50 (horário de Brasília), as ações da companhia subiam levemente, a 0,69%, cotadas a R$ 919,00.
Boeing planeja demitir 17 mil funcionarios nos próximos meses
A Boeing anunciou planos para reduzir cerca de 10% de sua força de trabalho nos próximos meses, o que representa aproximadamente 17 mil funcionários, em meio a contínuas perdas financeiras e à paralisação causada por uma greve que afeta a produção de seus aviões mais vendidos.
O novo CEO, Kelly Ortberg, comunicou aos colaboradores por meio de um memorando na sexta-feira (11) que os cortes incluirão executivos, gerentes e demais funcionários.
A empresa emprega cerca de 170 mil pessoas globalmente, com grande parte desse contingente alocada em suas instalações de fabricação nos estados de Washington e Carolina do Sul.
A Boeing, que havia implementado férias rotativas temporárias, anunciou a suspensão dessas medidas diante das demissões iminentes. O CEO Kelly Ortberg informou que a empresa também adiará o lançamento do novo avião 777X para 2026, em vez de 2025, e interromperá a produção da versão de carga do jato 767 em 2027, após concluir os pedidos em carteira.
Desde o início de 2019, a Boeing acumulou perdas superiores a US$ 25 bilhões. Além disso, cerca de 33 mil mecânicos sindicalizados estão em greve desde 14 de setembro.
As negociações realizadas ao longo de dois dias nesta semana não conseguiram chegar a um acordo, e a Boeing entrou com uma queixa contra a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, alegando práticas trabalhistas injustas.