Sinais de melhora

C&A (CEAB3) dispara 16% mesmo após reportar queda de 94% no lucro

Entre janeiro e março, a receita líquida da C&A foi de R$ 1,612 bilhão, alta de 10,9% na base anual

Foto: C&A / Divulgação
Foto: C&A / Divulgação

As ações da C&A (CEAB3) saltaram 16,15%, cotadas a R$ 14,96 por volta das 14h (horário de Brasília) desta quinta-feira (8). O movimento ocorreu após a companhia divulgar seu balanço do primeiro trimestre de 2025. Apesar da forte valorização, o que chama atenção é que, no período, o lucro líquido da varejista despencou 94,3% na comparação anual, totalizando R$ 4,1 milhões.

Apesar da expressiva queda no resultado final, os dados operacionais vieram acima das projeções de analistas e indicaram avanços importantes na gestão da empresa. O lucro líquido ajustado da C&A, por exemplo, ficou em R$ 2,5 milhões — revertendo um prejuízo de R$ 61,4 milhões no primeiro trimestre de 2024.

Para o Bradesco BBI, o desempenho reafirma a trajetória de recuperação iniciada ainda no fim de 2022. A expansão da margem bruta em 1,9 ponto percentual na comparação anual, o controle das despesas com vendas, gerais e administrativas, e a contribuição positiva da operação financeira justificam uma leitura otimista. O BBI manteve recomendação outperform (compra) e preço-alvo de R$ 14.

Entre janeiro e março, a receita líquida da C&A foi de R$ 1,612 bilhão, alta de 10,9% na base anual. Segundo o InfoMoney, o lucro bruto consolidado cresceu 13,2%, alcançando R$ 872 milhões, e a margem bruta subiu para 54,1%. Já o Ebitda ajustado pós-IFRS 16 (International Financial Reporting Standard 16) somou R$ 244,5 milhões, com margem de 15,2% — 2,7 pontos percentuais acima do mesmo período do ano passado.

Família dona da C&A (CEAB3) abre império de US$ 39 bi a investidores

família dona da C&A(CEAB3) decidiu abrir parte de seu império financeiro de US$ 39 bilhões ao público investidor. Conhecida historicamente pela discrição, a família Brenninkmeijer, controladora da famosa rede de varejo de moda, começa agora a dar sinais de mudança, com a criação de novos veículos de investimento voltados para terceiros.

O movimento representa uma virada significativa para uma das famílias mais tradicionais e fechadas do mundo dos negócios. Segundo informações da “Bloomberg Línea”, o grupo está estruturando gestoras para atuar em áreas como crédito privado, imóveis e investimentos em startups. Dessa forma, busca captar recursos externos e, ao mesmo tempo, diversificar ainda mais seu portfólio.

Família rompe tradição de sigilo

Tradicionalmente, a família dona da C&A sempre manteve suas atividades financeiras sob rígido sigilo. O conglomerado, que tem origem holandesa e já atravessa seis gerações, construiu uma das maiores fortunas familiares da Europa longe dos holofotes.

Agora, no entanto, a estratégia passa por uma abertura gradual. A Cofra Holding, braço de investimentos da família, planeja captar investidores para suas operações em setores variados. A ideia é utilizar a expertise de décadas de gestão de patrimônio para oferecer novos produtos no mercado global.