As ações da varejista Carrefour (CRFB3) se recuperaram da baixa recente e subiram 9,83% entre 22 de novembro e terça-feira (26), conforme apontou a consultoria Elos Ayta.
A alta de 3,27% das ações, para R$ 6,93, contribuiu para a retomada dos papéis após atingirem a mínima histórica em 21 de novembro de 2024.
A data foi marcada pelo anúncio de que a varejista não venderia carnes do Mercosul — bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A intenção do anúncio era favorecer os setores agrícolas franceses.
O boicote foi direcionado especialmente à carne bovina, em detrimento de frango e carne suína.
Nesta terça-feira, a companhia pareceu mobilizar esforços para mitigar o impacto negativo causado pelo anúncio.
O Carrefour, por meio de sua matriz na França, declarou em comunicado, divulgado também em versão francesa, que compra a carne vendida na França quase exclusivamente de produtores franceses e a carne vendida no Brasil exclusivamente de pecuaristas brasileiros, conforme apontou o InfoMoney.
Lira considera carta do Carrefour muito fraca: ‘faltou desculpa formal’
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou nesta terça-feira (26) que a carta de desculpas de Alexandre Bompard, CEO global do Carrefour (CRBF3), foi “muito fraca” e não repara o dano causado pelas declarações do executivo.
O executivo declarou, na semana passada, que a rede na França não compraria mais carne produzida no Brasil. Segundo Lira, era preciso uma “desculpa formal mesmo, reconhecendo a qualidade dos nossos produtos”.
Lira afirmou que a vida seguirá, já que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, considerou a carta o suficiente.
“Eu penso que também com o grupo Tereos, francês, com seis usinas em São Paulo, fazendo críticas à produção brasileira, é temerário que o Congresso Nacional, as entidades, o Itamaraty, não se posicionem mais firmemente contra uma crescente de narrativas que visam gerar desinformação [sobre o Brasil]”, criticou.
Na semana passada, o Carrefour na França havia anunciado um boicote à produção de carne do Mercosul. Porém, após sofrer um boicote por parte de distribuidoras brasileiras, como JBS (JBSS3) e Masterboi, a rede varejista recuou em carta ao governo brasileiro.