O Carrefour (CRFB3) anunciou que deixará de vender carnes do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O CEO da empresa, Alexandre Bompard, esclareceu que a medida é válida para a França.
O CEO afirmou que a decisão foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Por isso, o executivo comunicou, por meio das redes sociais, que o Carrefour (CRFB3) “não comercializará nenhuma carne proveniente do Mercosul”, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.
No comunicado divulgado no X – antigo Twitter -, Linkedin e Instagram, Bompard afirmou que o acordo traria o “risco de a produção de carne que não cumpre com seus requisitos e padrões se espalhar pelo mercado francês”.
Por meio de nota, o Carrefour França frizou que “a medida anunciada ontem, 20/11, se aplica apenas às lojas na França” e que “em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise”.
“Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças”, completou a nota.
Ministro reage à decisão do Carrefour (CRFB3): “ação orquestrada”
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a decisão do Carrefour “parece uma ação orquestrada” de companhias francesas contra o Brasil. O ministro disse ficar “indignado” com o posicionamento dos franceses.
“Me parece uma ação orquestrada de companhias francesas”, declarou o ministro a jornalistas após participar de jantar com o presidente da China, Xi Jinping, na quarta-feira (20), em Brasília.
O ministro citou a declaração dada pelo diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, veiculada pela agência de notícias Reuters, que a empresa parou de comprar soja do Brasil e agora adquire o produto de países da Ásia como antecipação à lei antidesmatamento da União Europeia. “Não faz sentido achar que é coincidência”, disse Carlos Fávaro.