A Cogna (COGN3), conglomerado educacional proprietário da Somos (Vasta), Saber e Kroton, reportou um prejuízo líquido de R$ 397 milhões, representando um aumento de 95,2% em comparação com os R$ 203 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
No acumulado de 2023, a companhia ainda registra um prejuízo de R$ 893 milhões, o que indica uma redução de 6,8% em relação a 2022.
O balanço da Cogna (COGN3) reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 373 milhões, revertendo o lucro ajustado de R$ 76,15 milhões registrado no mesmo período do ano anterior, conforme anunciado pela empresa nesta quarta-feira (20).
O resultado do Cogna (COGN3) foi impactado por uma baixa de imposto de renda diferido no valor de R$ 434 milhões devido a prejuízos fiscais em empresas do grupo, resultantes do adiamento temporário de algumas incorporações para melhor se posicionar no Mais Médicos III. A empresa reiterou que se trata de um impacto pontual e estritamente contábil.
Em relação ao efeito tributário, a Cogna (COGN3) informou que possui ativos fiscais diferidos, principalmente constituídos por Prejuízos Fiscais e Bases Negativas de Contribuição Social.
Cogna (COGN3) reorganiza quadro societário
Para aproveitar esses ativos, a Cogna (COGN3) elaborou um plano de reorganização societária detalhado, visando otimizar a tributação e maximizar o uso dos prejuízos fiscais. O plano de reorganização societária foi ajustado para expandir as oportunidades de sucesso na criação de novos cursos dentro do programa Mais Médicos.
O ajuste resultou no adiamento temporário de algumas incorporações e na redução do ativo fiscal diferido, puramente de natureza contábil da Cogna (COGN3).
O plano original será retomado caso as iniciativas de abertura de novos cursos não tenham êxito ou após a aprovação de novas vagas de medicina pelo Ministério da Educação (MEC).
Quanto ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente, registrou-se um total de R$ 551,9 milhões no trimestre, representando um aumento de 17,1% em relação ao 4T22, enquanto a margem Ebitda recorrente teve um avanço de 1,1 ponto percentual, atingindo 28,9%.
Em 2023, o Ebitda recorrente totalizou R$ 1,7 milhões, crescendo 18,9% em comparação com 2022, enquanto a margem aumentou 0,7 ponto percentual, chegando a 29,4%.
A receita líquida também apresentou crescimento de dois dígitos, tanto trimestral quanto anualmente. No quarto trimestre, atingiu R$ 1,9 bilhão, um aumento de 12,6% em relação ao mesmo período de 2022. No ano, o crescimento anual foi de 15,8%, totalizando R$ 5,89 bilhões.
O grande destaque do balanço foi a geração de caixa operacional (GCO) após despesas de capital (capex), que cresceu 65,4% em 2023, totalizando R$ 893 milhões.
O CEO da empresa, Roberto Valério, atribuiu esse resultado à estratégia “asset light”, que aumentou a conversão de Ebitda recorrente em caixa (com aumento de 14,5 pontos percentuais no ano, para 51,5%) e do próprio Ebitda recorrente.
Esse resultado faz parte dos esforços da empresa para seguir as orientações fornecidas em 2020, quando o processo de turnaround da Cogna teve início. Desde então, a empresa tem mantido consistência em receita, rentabilidade e geração de caixa, caminhando em direção à lucratividade, conforme afirmou o CEO em entrevista ao InfoMoney.