
A Cogna (COGN3) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 191,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 29,1 milhões registrado um ano antes.
O resultado reflete o ganho de eficiência operacional e o controle de custos, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (6). No acumulado do ano, o lucro soma R$ 405,5 milhões, ante perda de R$ 46 milhões em 2024.
O Ebitda recorrente, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu R$ 422,7 milhões, alta de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e setembro, o indicador somou R$ 1,53 bilhão, avanço de 12,4%. A margem Ebitda foi de 27,7%, queda de 2,3 pontos percentuais na base anual.
Segundo o CEO da Cogna, Roberto Valério, o avanço do lucro veio da combinação entre melhora operacional e menor endividamento.
“A operação está entregando mais resultado e, como temos menos dívida, pagamos menos juros. Isso faz sobrar mais lucro líquido”, disse o executivo.
A receita líquida da Cogna cresceu 18,9%, para R$ 1,52 bilhão no trimestre, impulsionada pela ampliação do portfólio e pelo aumento da base de alunos no ensino superior e básico. No acumulado do ano, a receita totalizou R$ 4,82 bilhões, alta de 13% sobre 2024.
A geração de caixa operacional após Capex foi de R$ 392,5 milhões no trimestre e R$ 939,5 milhões no ano, avanço de 32,8%. Já o caixa livre foi positivo em R$ 300,1 milhões, superando os R$ 291,2 milhões de 2024.
A dívida líquida caiu R$ 474 milhões na comparação anual, para R$ 2,6 bilhões, em razão da maior geração de caixa e da gestão de passivos (liability management).
Com isso, a alavancagem recuou para 1,11 vez o Ebitda, ante 1,58 vez um ano antes, o menor nível em sete anos.
“O lucro vem avançando de forma contínua desde o quarto trimestre do ano passado. Essa tendência deve continuar, já que a receita e o Ebitda estão subindo e a dívida líquida segue em queda”, afirmou Valério.
Desempenho das unidades
A Kroton, braço de ensino superior da Cogna, teve receita líquida de R$ 1,14 bilhão, alta de 20,9% sobre o 3T24.
O crescimento ocorreu em todas as modalidades — presencial e EAD —, com expansão da base de alunos e maior participação de cursos de alto valor de vida útil (LTV).
O lucro bruto somou R$ 907,3 milhões, avanço de 21,5%, e o Ebitda recorrente, R$ 370,5 milhões (+10,1%). A margem recuou levemente em razão da estratégia de manter o ticket médio e ampliar o parcelamento das mensalidades pelo programa Pague Fácil.
A base de alunos cresceu pelo 17º trimestre consecutivo, com alta de 2,7% no total e 4% sem considerar o Prouni.
A Vasta, que atua no ensino básico, registrou receita líquida de R$ 249,6 milhões, aumento de 13,4%. O desempenho foi puxado pelas vendas para governos (segmento B2G) e pelas escolas bilíngues da rede Start-Anglo.
O Ebitda recorrente foi de R$ 23,1 milhões, alta de 25,4%, com ganhos de eficiência e melhora nas provisões de crédito. A margem bruta subiu 3,9 pontos percentuais.
Já a Saber, que reúne operações de educação básica, idiomas e editoras como Ática, Scipione e Saraiva, teve receita de R$ 145,8 milhões, alta de 9,4%.
O avanço foi sustentado pelo aumento de 37,6% em soluções educacionais, como as plataformas Voomp e Acerta Brasil, e pelo crescimento de 17% em idiomas.
A Saber também ampliou a participação no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), alcançando 30% das compras de livros do ensino médio.
O Ebitda recorrente da unidade ficou em R$ 27,5 milhões, queda de 8,2% sobre o 3T24, impactado pelos custos com novos produtos e campanhas de divulgação, mas com desempenho positivo no acumulado do ano.