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O índice AbraselStone apontou que as vendas do setor de bares e restaurantes recuaram 4,9% em setembro, de acordo com a Stone e a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). A contração devolveu parte do crescimento observado em agosto, refletindo um consumo fora do domicílio mais contido.

Na comparação com o mesmo mês de 2024, a retração foi de 3,9%, interrompendo uma sequência de três meses de estabilidade.

Segundo Leonardo Costa, economista do ASA, a combinação de renda comprometida pelo endividamento, perda de tração no mercado de trabalho e inflação ainda elevada no grupo alimentação fora do lar explica o desempenho mais fraco do setor.

O relatório também destacou a chamada “crise do metanol”, registrada a partir do fim de agosto em São Paulo, que reduziu pontualmente o consumo de bebidas alcoólicas. Contudo, não há evidências claras de que esse episódio tenha sido o principal responsável pela queda observada.

Impacto da crise do Metanol e desaceleração econômica

“O setor de serviços mostrou apenas uma leve moderação da atividade, em linha com o quadro de desaceleração gradual da economia doméstica e com o impacto dos juros elevados — e não com efeitos localizados ligados ao episódio do metanol”, avaliou o especialista.

Em relação à inflação, o episódio tende a ter efeito inexpressivo. Embora os serviços de alimentação representem o grupo de maior peso no núcleo de serviços do IPCA, o impacto específico de bares e restaurantes é reduzido. “Assim, a desaceleração da demanda interna deve continuar sendo o principal vetor de moderação inflacionária, e o risco de um impacto relevante da crise sobre o comportamento dos consumidores, por ora, parece limitado”, concluiu o analista.