Em 2024, as empresas brasileiras reduziram a distribuição de dividendos em 9% comparado ao ano anterior, com destaque para a queda de 28,7% no último trimestre, conforme dados do Índice Global de Dividendos da Janus Henderson.
No total, as companhias brasileiras mencionadas no estudo pagaram US$ 22,4 bilhões aos acionistas no ano passado.
Em contraste, as empresas globais alcançaram um recorde de US$ 1,75 trilhão em dividendos em 2024, o que representou um crescimento de 6% em relação a 2023.
As brasileiras, no entanto, apresentaram um desempenho diferente, com uma diminuição no valor distribuído: US$ 22,4 bilhões, 9% a menos do que o registrado no ano anterior. A queda no valor distribuído no Brasil foi impulsionada por uma redução significativa de 28,7% nos dividendos pagos no quarto trimestre de 2024.
No Brasil, a Petrobras (PETR4) foi responsável por quase metade do valor total distribuído, com US$ 10,83 bilhões, posicionando-se como a 14ª maior pagadora de dividendos no ranking mundial. A Vale (VALE3) ocupou o segundo lugar no Brasil, com US$ 4,16 bilhões, embora tenha enfrentado uma queda significativa, refletindo as dificuldades no setor de mineração.
Crescimento global de dividendos impulsionado por dólar forte
Os dividendos globais atingiram um recorde impressionante de US$ 1,75 trilhão em 2024, refletindo o impacto de um dólar mais valorizado e o desempenho robusto de gigantes da tecnologia como Meta, Alphabet e Alibaba.
Esse crescimento nominal representa um aumento ajustado pela inflação de 5,2%, superando ligeiramente as expectativas da Janus Henderson, que projetava US$ 1,73 trilhão. O forte desempenho nos EUA e Japão, especialmente no último trimestre, contribuiu significativamente para esse resultado.
No cenário global, a China se destacou entre os mercados emergentes, com um aumento de 17,8% nos dividendos, alcançando um recorde de US$ 62,7 bilhões em 2024.
Na América Latina, o México teve um crescimento de 4,3% nos dividendos, apesar dos cortes em muitas das empresas analisadas. As principais contribuições para esse aumento vieram da empresa de bebidas Femsa e da mineradora Grupo México.
Por outro lado, na Colômbia, os dividendos caíram 28,7%, devido à redução nos pagamentos pela Ecopetrol, a única empresa analisada no país. No Chile, a diminuição dos dividendos do conglomerado Empresas Copec também resultou em uma queda de 28,7% nos pagamentos no período.
Além disso, a Janus Henderson projeta que, em 2025, os dividendos globais continuarão sua trajetória de crescimento, com um aumento nominal de 5%, alcançando US$ 1,83 trilhão, superando o recorde estabelecido no ano anterior.
Gigantes da tecnologia e setor financeiro impulsionam crescimento global
Empresas de tecnologia como Meta e Alphabet, dos EUA, e Alibaba, da China, tiveram um impacto significativo no crescimento global de dividendos, de acordo com o relatório da Janus Henderson.
Essas companhias, que começaram a distribuir dividendos recentemente, somaram US$ 15,1 bilhões em pagamentos e responderam por 1,3 ponto porcentual, ou cerca de 20%, do aumento global em 2024.
Em termos setoriais, o setor financeiro foi o principal responsável pelo crescimento dos dividendos no ano passado, com os bancos contribuindo de forma expressiva para esse avanço.