O advogado e economista Francisco Petros, conselheiro da Petrobras (PETR4), se disse a favor da distribuição de 100% dos dividendos extraordinários da empresa e falou em “caixa exagerado” ao final de 2023. A entrevista foi concedida ao Valor Econômico.
De acordo com Petros, a distribuição total dos dividendos não imporia nenhum risco aos investimentos da estatal e é a melhor alternativa levando em conta os interesses e objetivos da companhia.
“Sou favorável a 100% da distribuição porque acho que o tamanho do caixa da Petrobras no fim de 2023 é exagerado e pode ser causa de ineficiência de gestão financeira. Distribuir 100% não imporia nenhum risco sobre os investimentos”, disse Francisco Petros.
Ainda segundo o conselheiro da estatal, é esperado que a questão dos dividendos seja resolvida na assembléia do dia 25 de abril.
Petrobras (PETR4): dividendos não estão na pauta do conselho
O pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) não está na pauta da reunião do Conselho Administrativo marcada para sexta-feira, 19 de abril. Possivelmente, serão os acionistas da organização que devem decidir sobre o assunto em assembleia na próxima semana, afirmaram fontes à Reuters.
O conselho da Petrobras (PETR4), formado pela maioria do governo, propôs aos acionistas reter 100% dos R$ 43,9 bilhões em uma reserva estatutária — o valor poderia servir como dividendos extraordinários referentes ao exercício 2023. Com isso, o montante fica reservado para distribuições futuras.
Contudo, houve especulações de que o colegiado poderia retomar as discussões sobre o tema antes da assembleia, após ser sinalizado que o governo teria passado a defender a distribuição de pelo menos 50% do montante.
As fontes afirmaram que o tema não será abordado na reunião do dia 19, a última que antecede a AGO (Assembleia Geral Ordinária) de acionistas, que deve acontecer em 25 de abril.
Petros defende “transparência” em relação ao papel de estatais e influência do governo
Sobre a natureza mista da Petrobras (PETR4), Petros defendeu que deve haver, por parte do Estado, “transparência” em relação ao papel da estatal e à influência do governo.
“Entendo que certas empresas estatais têm um papel a cumprir, mas deveriam existir diretivas estratégicas do Estado para definir claramente qual é esse papel e como influenciará a empresa. A partir daí, o investidor privado tem o predicado de investir ou não naquela empresa”, pontuou o conselheiro.
“Há um mal-entendimento sobre o papel do Estado e o papel das empresas estatais, em especial de economia mista. Existe uma confusão funcional dos papéis”, completou.