Com o fim das férias no hemisfério norte, empresas brasileiras estão se preparando para captar recursos no mercado internacional. A Eletrobras (ELET3) deve ser a primeira a se movimentar, com a emissão de bonds — títulos de dívida em dólar.
A Eletrobras (ELET3) comunicou, em 1º de setembro de 2024, que seu Conselho de Administração autorizou a emissão de títulos (bonds) no mercado internacional. Os fundos arrecadados com essa emissão serão destinados ao refinanciamento de suas dívidas.
“Os termos e condições da emissão dos bonds serão definidos oportunamente e estão sujeitos a condições de mercado”, afirmou a companhia.
A empresa confirmou a operação, mas não forneceu maiores detalhes. No entanto, a emissão pode alcançar até US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões, conforme o câmbio atual), segundo a agência de classificação de risco Moody’s.
Os títulos provavelmente terão vencimento em 2035, de acordo com a Moody’s, que atribuiu nota “Ba2” à emissão, indicando que está dois níveis abaixo do grau de investimento.
Eletrobras (ELET3) em um rio de dívidas
A Eletrobras informou que planeja destinar os recursos captados à reestruturação de suas dívidas, conforme detalhado pela Moody’s.
A empresa utilizará o montante obtido dos investidores internacionais para abater parcialmente o empréstimo sindicalizado de R$ 4 bilhões, contraído em junho de 2024. Além disso, parte dos fundos será direcionada para o pagamento de R$ 2 bilhões em notas comerciais.
Ambas as dívidas possuem vencimento de dois anos e foram contratadas em junho de 2024 para cumprir obrigações decorrentes da privatização da Eletrobras, como o pagamento de outorga e as despesas relacionadas à renovação das concessões.
Além de estender o prazo de sua dívida com a emissão dos bonds, a Eletrobras também fortaleceu seu caixa recentemente, arrecadando R$ 2 bilhões com a venda de ações da Cteep (TRPL4).