Em crise desde o ano passado, a Marisa (AMAR3) vai recorrer a um aumento de capital privado de aproximadamente R$ 550 milhões para estabilizar as finanças. A informação é do Valor Econômico.
De acordo com informações obtidas de fontes próximas às negociações, espera-se que a família Goldfarb, que detém o controle da Marisa, seja a principal financiadora desse aumento de capital.
Com isso, a empresa vai abandonar os seus planos de realizar uma oferta subsequente de ações (follow-on). A varejista chegou a iniciar conversas com o banco Itaú BBA e o BTG Pactual (BPAC11) para isso.
De acordo com informações do Valor, boa parte dos recursos será direcionada ao pagamento de notas promissórias emitidas pela empresa, que, aparentemente, foram adquiridas pela própria família para garantir a continuidade das operações.
Além das dificuldades impostas por um mercado volátil, que tem dificultado as captações de recursos, outro fator que contribuiu para a decisão da empresa, segundo o jornal, foi o parecer dos auditores em seu último balanço, conforme revelou uma fonte próxima à companhia.
A Marisa (AMAR3) já agendou uma assembleia geral para ratificar o aumento de capital, prevista para o início de junho.
Marisa (AMAR3): prejuízo líquido cai 51,8% e soma R$ 101,3 mi
Depois de anunciar duas vezes o adiamento do balanço do quarto trimestre de 2023, a Marisa Lojas (AMAR3) apresentou os seus números do período de outubro a dezembro. O prejuízo líquido ajustado da empresa foi de R$ 101,3 milhões – queda de 51,8% ante o registrado no mesmo período de 2022.
O Ebitda do varejo (pró-forma) ficou negativo em R$ 22 milhões, ante R$ 23,834 milhões na mesma base de comparação.
A receita líquida do varejo caiu 41,4% no período de outubro a dezembro na comparação anual e totalizou R$ 409,384 milhões. Já a receita líquida consolidada foi de 417,413 milhões no período, o que representa um recuo de 43,5% ante igual etapa de 2022.
A dívida líquida da companhia foi reduzida em 55,9%, ou em R$ 91,8 milhões, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, totalizando um valor de R$ 72,4 milhões no encerramento do ano, segundo a empresa. O resultado foi devido à amortização de passivos devido ao empréstimo contratado com o Banco BTG Pactual.
O resultado financeiro líquido encerrou o trimestre positivo em R$ 6,2 milhões, ante prejuízo de R$ 51,9 milhões, apurado um ano antes, fruto da redução da taxa Selic e do menor nível de dívida bruta, explicou a Marisa.