Foto: divulgação Embraer
Foto: divulgação Embraer

A Embraer (EMBR3) está em movimento de queda nesta terça-feira (4) após reportar recuo de 76,4% no lucro ajustado do terceiro trimestre de 2025, para R$ 289,4 milhões.

Às 15h44, os papéis caíam 4,25%, cotados a R$ 83,56, liderando as perdas do Ibovespa.

De acordo com o Itaú BBA, os números vieram em linha com o esperado, sustentados pela melhora na alavancagem operacional e pelo aumento de entregas no período. Apesar do desempenho sólido, o banco avalia que o mercado pode ter reagido de forma negativa à ausência de revisão nas metas anuais, disse o Valor Investe.

O banco manteve a recomendação de compra para as ações e o preço-alvo de US$ 69 para os ADRs na bolsa de Nova York (Nyse), com potencial de alta de 6,7%.

O Santander também manteve a recomendação de compra, com preço alvo de R$ 83. Para o banco, o trimestre foi positivo, com Ebitda 1% acima do estimado, reflexo das margens melhores nas divisões comercial e de defesa, impulsionadas por produtos com maior valor agregado.

O banco destacou que a entrada de caixa decorrente de melhor gestão de capital de giro e avanço nas entregas. A carteira de pedidos atingiu US$ 31,3 bilhões, nova máxima histórica, reforçada pelas encomendas de companhias como Avelo e TrueNoord.

Já o Citi considerou o desempenho da Embraer positivo, com lucro ajustado 13% acima das estimativas, e receitas em linha, de US$ 2 bilhões.

Para eles, o resultado reforça a confiança de que a companhia irá atingir o todo das metas financeiras em 2025, impulsionada pelo bom momento das áreas de aviação executiva, defesa e serviços. A recomendação de compra foi mantida e o preço-alvo para os ADRs também, a US$ 70, com valorização de 8,2%.

Veja números: Embraer (EMBJ3) tem queda de 76,4% no lucro ajustado no 3º trimestre

A Embraer (EMBJ3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 289,4 milhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25), uma queda de 76,4% em relação ao mesmo período de 2024. Os resultados foram divulgados na manhã desta terça-feira (4).

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1,28 bilhão, recuo de 35,4% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada ficou em 11,7%, redução de 9,4 pontos percentuais frente ao 3T24.

Apesar da retração nos lucros, a receita líquida avançou 15,8%, totalizando R$ 10,87 bilhões entre julho e setembro. Já o Ebit ajustado atingiu R$ 927,2 milhões, alta de 17,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Investimentos e resultados consolidados

A Embraer investiu, de forma individual, R$ 575,3 milhões no trimestre, abaixo dos R$ 629,2 milhões registrados no 3T24.

O montante inclui R$ 210,7 milhões em despesas de capital (capex), R$ 53,6 milhões em adições ao Pool Program (peças de reposição), R$ 241,8 milhões em ativos intangíveis e R$ 69,2 milhões em pesquisa e desenvolvimento.

A Eve, subsidiária da companhia focada em mobilidade aérea, aportou R$ 260,4 milhões no período, valor bem acima dos R$ 142,4 milhões do mesmo intervalo de 2024.

Desse total, R$ 30,6 milhões foram destinados a capex, R$ 206,5 milhões a intangíveis e R$ 23,3 milhões a pesquisa.

Somadas, Embraer e Eve investiram R$ 835,7 milhões no 3T25, ante R$ 771,6 milhões um ano antes.

Recorde na carteira de pedidos

A carteira total de pedidos firmes da Embraer alcançou US$ 31,3 bilhões, o maior valor da história da companhia.

O fluxo de caixa livre ajustado da Embraer foi de R$ 1,6 bilhão no trimestre. Em 30 de setembro de 2025, a dívida líquida da empresa era de R$ 1,05 bilhão, queda de 68% em relação ao 3T24.

Com isso, o índice de alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda ajustado) recuou para 0,4 vez, redução de 0,9 ponto percentual ante o mesmo período do ano anterior.