As ações da Embraer (EMBR3) despencaram no início da tarde desta segunda-feira (16). A queda ocorreu após a companhia anunciar que finalizou os procedimentos de arbitragem contra a Boeing e que receberá o montante bruto de US$ 150 milhões de indenização.
Por volta das 13h20 (horário de Brasília), as ações da Embraer (EMBR3) caíram 5,05%, sendo negociadas a R$ 49,31.
O valor ficou abaixo das estimativas dos analistas. No relatório, especialistas do Bradesco BBI apontaram que o mercado esperava que a Embraer recebesse cerca de US$ 300 milhões da Boeing.
Mesmo com o valor inferior à estimativa, os especialistas do BBI defendem que o acordo é importante para a Embraer reduzir seus prejuízos acumulados. Além disso, de acordo com o “Valor”, o acordo possibilitará que a empresa retome o pagamento de dividendos no próximo ano.
Embraer (EMBR3) terá turbulências no Brasil antes de decolar ao exterior
O bom tempo que se forma à frente da Embraer (EMBR3) pode engajar suas demandas e presença no exterior. Contudo, a pista não está totalmente livre de obstáculos, ao passo que a má fase das companhias áreas brasileiras, com recuperações judiciais e dívidas, pode projetar uma turbulência.
A fabricante de aeronaves brasileira ainda é considerada uma empresa de médio a pequeno porte frente às concorrentes internacionais, como a Boeing (BOEI34) e a Airbus (AIR).
Sendo assim, para decolar no cenário global a Embraer precisa vencer os desafios de investimento em tecnologia e produtividade, avaliaram economistas em resposta ao BP Money. Isto porque, no momento, sua participação doméstica é baixa, mesmo sendo a maior fabricante de aviões do Brasil.
“O cenário brasileiro é desafiador, temos três companhias aéreas, as quais duas estão em recuperação judicial e uma vive de subidas e descidas na bolsa. A Embraer precisa ter cautela, principalmente uma segurança que evite prejuízos, em caso de não cumprimento dessas companhias”, disse Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial.
No Brasil, o tráfego aéreo ainda está restrito a 3 grandes empresas, que são a Latam, Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), o que deixa poucas opções para a Embraer, estando as duas últimas em processo de recuperação judicial.