Recuo de 231,6%

Eneva (ENEV3) fecha 4º trimestre de 2024 com prejuízo de R$ 962,6 mi

Por outro lado, a receita operacional líquida da empresa aumentou 79% no quarto trimestre

Foto: Eneva /Divulgação
Foto: Eneva /Divulgação

A Eneva (ENEV3) sofreu um prejuízo líquido de R$ 962,6 milhões no quarto trimestre de 2024, com uma ampliação da perda de 231,6% em relação aos R$ 290,6 milhões negativos observados no mesmo período de 2023.

Por outro lado, a receita operacional líquida da empresa aumentou 79% no quarto trimestre, alcançando R$ 4,88 bilhões, comparado ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado também apresentou crescimento de 20% no último trimestre de 2024, totalizando R$ 1,24 bilhão.

No acumulado de 2024, o lucro líquido da Eneva caiu 80,7% em relação ao ano anterior, somando apenas R$ 42 milhões. Contudo, a receita líquida da companhia subiu 12,8%, atingindo R$ 11,38 bilhões.

O Ebitda ajustado de 2024 foi de R$ 4,53 bilhões, um aumento de 5,9% em comparação com 2023.

A dívida líquida da Eneva registrou uma redução de 21% em relação ao ano passado, fechando 2024 em R$ 13,25 bilhões. Com isso, a alavancagem, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, ficou em 2,42 vezes ao final de 2024.

Eneva (ENEV3): impactos de impairment no 4º trimestre

A diminuição no lucro da Eneva (ENEV3) no quarto trimestre foi em grande parte impulsionada pela despesa contábil não caixa de R$ 634,7 milhões relacionada ao teste de recuperabilidade (Impairment) de ativos de geração a carvão.

A análise abrangeu as termelétricas Itaqui e Pecém II, que, de acordo com a empresa, “demonstraram redução do valor recuperável de seus ativos, considerando a conversão das usinas para gás natural, dada a falta de visibilidade sobre a realização de leilão para recontratação dos ativos utilizando o combustível atual”.

Excluindo o impacto do Impairment, o Ebitda do quarto trimestre alcançou R$ 1,242 bilhão, o que a Eneva considera como “resultado trimestral recorde” para a empresa, representando um crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.

No total de 12 meses, o Ebitda ICVM da empresa somou R$ 3,901 bilhões, uma redução de 8,9% em comparação com 2023. No entanto, considerando o critério ajustado, o Ebitda cresceu 5,9% no acumulado de 2024, atingindo R$ 4,536 bilhões.

A receita líquida da Eneva no quarto trimestre foi de R$ 4,882 bilhões, marcando um aumento de 79% em comparação com o ano anterior. No ano de 2024, a receita totalizou R$ 11,387 bilhões, um crescimento de 12,8%.

A dívida líquida da companhia foi de R$ 13,52 bilhões ao final de 2024, uma queda de 21% em relação ao ano anterior.

A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, ficou em 2,42 vezes, uma redução significativa em comparação com 3,99 vezes registrados no final de 2023.

Eneva (ENEV3): especialista analisa e aponta perspectiva positiva

Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, avaliou os resultados da Eneva no quarto trimestre de 2024 como “muito poluídos e abaixo das expectativas”, destacando impactos negativos como a continuidade das restrições à geração solar e um impairment significativo nas operações de carvão.

Contudo, o especialista vê uma “tendência de melhora” no futuro da empresa, considerando a entrada de novos ativos e o controle do endividamento.

Hungria destacou também que, apesar do prejuízo registrado no período, a redução da alavancagem financeira e os projetos futuros, como o Parnaíba VI e o Azulão 950, são pontos que devem contribuir para a recuperação e crescimento da companhia nos próximos anos.