
Na noite desta quinta-feira (6), a Petrobras divulgou o pagamento de R$ 12 bilhões em dividendos aos seus acionistas do terceiro trimestre do ano. Porém, foi duramente criticada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) e seus 14 sindicatos presentes em todo o território nacional.
A Federação está em negociação com a Petrobras para firmar o Acordo Coletivo de Trabalho, mas encontrou uma resistência da estatal para reajustar os salários dos trabalhadores e resolver questões do fundo de previdência Petros.
“Pagamento de altíssimos dividendos para acionistas e corte de gastos com os trabalhadores, com demissão de terceirizados, falta de uma solução definitiva para os equacionamentos da Petros e dificuldades na mesa de negociação do acordo coletivo de trabalho (ACT), por conta da ladainha momentânea da queda do preço do barril de petróleo”, afirmou o coordenador-geral da Federação, Deyvid Bacelar, em nota divulgada nesta sexta-feira (7).
Ainda nesta sexta, será realizada a última assembleia para votar a contraproposta da estatal aos empregados sobre o acordo coletivo de trabalho. Em todas as assembleias anteriores, os sindicatos rejeitaram por unanimidade a contraproposta da petrolífera estatal.
“É inadmissível a manutenção de uma política de distribuição de altíssimos dividendos da Petrobras, a maior parte para estrangeiros. Enquanto isso, a empresa faz corte de gastos com trabalhador por conta de alegada austeridade, e endurece nas negociações de um acordo coletivo digno”, enfatizou o coordenador.
Petrobras: lucro líquido sobe 23% do 2T25 para o 3T25
A Petrobras (PETR3;PETR4) apurou lucro líquido de US$ 32,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 23% em relação ao segundo trimestre do mesmo ano. Dados foram divulgados na noite desta quinta-feira (6).
No trimestre, o desempenho operacional foi impulsionado pela produção de óleo e gás de 3,14 MMboed (milhões de barris de óleo equivalentes por dia), o que levou a um Fluxo de Caixa Operacional de R$ 53,7 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 63,9 bilhões.
Sem eventos exclusivos, o lucro líquido somou o montante de R$ 28,5 bilhões, também superior ao registrado no trimestre anterior. Já o EBITDA Ajustado, excluindo eventos exclusivos, alcançou R$ 65,1 bilhões.
No pregão do dia, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) subiram 0,09%, cotada a R$ 32,70 enquanto as ações preferenciais (PETR4) mostraram um crescimento mais significativo, avançando 0,52%, a R$ 31,01.
Segundo a petroleira, os resultados também foram favorecidos por uma ligeira elevação do preço do petróleo (2% do Brent) em relação ao último trimestre. No trimestre, a companhia investiu R$ 30 bilhões (US$ 5,5 bilhões), mantendo o foco em projetos no pré-sal.