As ações da Gol (GOLL4) operam em forte queda nesta quinta-feira (28), consequência da disparada do dólar, que renovou a máxima histórica ao ultrapassar os R$ 6. Por volta das 12h45 (horário de Brasília), os papéis recuavam 8,28%, cotados em R$ 1,44.
Nem mesmo a prévia de outubro divulgada nesta quinta, que apresenta melhora operacional, foi capaz de segurar as ações diante da alta do dólar. É que a Gol (GOLL4), que enfrenta recuperação judicial nos EUA, tem boa parte da dívida em dólar. Ou seja, o custo dessa dívida aumenta conforme a moeda americana sobe de valor.
O mesmo acontece com a companhia aérea Azul (Azul4). Às 12h50 (horário de Brasília), as ações caíam 4,84%, a R$ 4,91.
Relatório operacional da Gol (GOLL4)
A companhia aérea Gol (GOLL4), que está em recuperação judicial nos EUA, informou na quarta-feira (27) que registrou prejuízo líquido de 338 milhões de reais em outubro.
A receita líquida da companhia somou 1,655 bilhão de reais no mês passado, enquanto a dívida liquida chegou a 29,753 bilhões de reais no período.
Os números fazem parte do relatório operacional mensal da companhia, encaminhado ao tribunal de falências dos EUA, conforme exigido durante o processo de recuperação judicial da empresa.
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 410 milhões de reais em outubro, com margem Ebitda de 25%, conforme fato relevante.
A equipe de research do Bradesco BBI pontua que a Gol e o restante do setor aéreo local estão entrando na alta temporada no Brasil, e os próximos resultados mensais devem mostrar melhora sequencial. Enquanto isso, a Gol reportou posição de caixa de R$ 1,8 bilhão, queda de 5% em relação ao 3T24, embora os recebíveis tenham subido 2%, levando a uma liquidez total estável em relação ao 3T24, um nível saudável mesmo considerando os custos relacionados à recuperação de motores da frota de aeronaves em solo.
Por fim, analistas comentam que o prejuízo líquido de R$ 338 milhões e o aumento da dívida líquida de 8% no mês parecem estar relacionados principalmente à desvalorização de 6% do real em outubro.
Apesar da melhora sequencial nos resultados operacionais, o BBI reiterou recomendação de venda e preço-alvo ao final de 2025 de R$ 0,90, dada a enorme diluição patrimonial esperada como parte de seu plano de sair do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA).