
A companhia aérea Gol (GOLL4) anunciou nesta sexta-feira (30) que teve prejuízo líquido de R$5,1 bilhões no quarto trimestre de 2024. O resultado aprofunda em quatro vezes e meio o resultado negativo de 2023 da companhia. A companhia já está em recuperação judicial nos EUA e seu balanço foi divulgado na manhã desta sexta.
A Gol teve um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$443 milhões, revertendo resultado positivo de 1,6 bilhões do quarto trimestre de 2023. A margem outrora crescente de 32% terminou em 2024 com saldo negativo em 8%. A piora nos números veio com a valorização do dólar ante o real no fim do ano passado.
A companhia teve crescimento na receita líquida de 9,5%, a R$5,52 bilhões, mas os custos e despesas operacionais dispararam quase 69% no período, a R$6,5 bilhões, pressionados por salto de 96% na linha de prestação de serviços. O material de manutenção e reparo teve crescimento de 39%.
A empresa que está em processo de fusão com sua antiga rival Azul viu sua frota reduzir de 141 para 138 aeronaves no intervalo de um ano com o encerramento de 2024.
Dívida da Gol agrava prejuízo
Apesar de encerrar o último ano com um caixa de R$2,5 bilhões, alta de R$783 milhões na comparação anual, a dívida líquida do grupo aumentou 67,5% para R$32,2 bilhões. A alavancagem do grupo cresceu para 6,1 vezes, equiparando ao patamar de 3,8 em 2023.
A expectativa para o Ebitda recorrente é de entre R$5,7 bilhões e R$5,9 bilhões, acima dos R$5,26 bilhões do ano passado, quando a margem da empresa foi de 27,5%. A Gol anunciou projeções para 2025 estimando receita líquida entre R$22,1 bilhões e R$22,7 bilhões.
Analistas do BTG Pactual têm uma recomendação de “venda” para as ações da Gol, afirmaram em relatório a clientes nesta sexta-feira que os resultados da empresa foram “fracos”, com números “poluídos por efeitos do processo de recuperação judicial”.