O Google (GOGL34), da Alphabet, assinou um acordo com o governo do Chile, durante uma reunião nesta quarta-feira (4), com a finalidade de implantar um cabo submarino de 14.800 quilômetros no Oceano Pacífico, conectando o país à Austrália e à Ásia. A previsão é de que o cabo entre em operação em 2027.
O acordo é o primeiro desse tipo entre o gigante da tecnologia e um país. O objetivo é reforçar a conectividade digital do Chile com nações asiáticas, incluindo a China, seu maior parceiro comercial. Além disso, o movimento impulsiona as ambições do país de se tornar um hub digital na América Latina.
“É o primeiro cabo submarino no Pacífico Sul, então é um compromisso importante, pois temos um parceiro estratégico extraordinário para um cabo que deve estar operacional em 2027”, disse o ministro dos Transportes do Chile, Juan Carlos Muñoz, a jornalistas, de acordo com o Valor Econômico.
O chefe de infraestrutura de telecomunicações da unidade latino-americana da Google, Cristian Ramos, declarou que o cabo estará disponível para uso de outras entidades, incluindo empresas de tecnologia que operam no Chile.
Disputa tecnológica e estratégias de expansão
A iniciativa ocorre em meio à intensificação da competição entre China e EUA por influência na América Latina, sendo os cabos submarinos uma infraestrutura extremamente relevante nessa rivalidade tecnológica.
Embora o investimento total no projeto não tenha sido divulgado, autoridades chilenas projetaram anteriormente os custos entre US$ 300 milhões e US$ 550 milhões, com o Chile contribuindo com US$ 25 milhões, segundo Patricio Rey, diretor-geral da Desarrollo País, empresa estatal parceira na empreitada.
As autoridades sugeriram que o cabo pode melhorar o desempenho de plataformas asiáticas, como o TikTok, além de facilitar a transmissão de dados astronômicos e apoiar operações de mineração tanto no Chile quanto na Austrália.