Violação de leis

Google (GOOGL34) vai gastar US$ 500 mi para dar fim a acusação de acionistas

As alterações propostas incluem a criação de um comitê independente no conselho para supervisionar riscos e conformidade

Google/ Foto:  Shutterstock
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O Google (GOGL34) vai desembolsar US$ 500 milhões ao longo de 10 anos para reformular sua estrutura de conformidade. O movimento é parte de um esforço para encerrar uma ação movida por acionistas que acusavam a companhia de violar leis antitruste, conforme apontam os documentos do acordo divulgados recentemente.

O acordo preliminar, referente a uma ação derivada, foi apresentado na noite de sexta-feira (30). A ação foi movida contra executivos da controladora Alphabet, incluindo o presidente-executivo, Sundar Pichai, e os cofundadores Sergey Brin e Larry Page.

O documento ainda precisa ser aprovado pela juíza distrital Rita Lin, em San Francisco.

As alterações propostas incluem a criação de um comitê independente no conselho para supervisionar riscos e conformidade — uma função que anteriormente era desempenhada pelo comitê de auditoria e conformidade do próprio conselho da Alphabet.

Além disso, a Alphabet criará um comitê sênior, com nível de vice-presidência, para tratar de questões regulatórias e de conformidade. Esse comitê deverá se reportar diretamente a Pichai. Também será criado um comitê de conformidade composto por especialistas e gerentes de produto do Google.

Sob a liderança de dois fundos de pensão de Michigan, os acionistas acusaram executivos e diretores do Google de violar seus deveres fiduciários ao expor a companhia ao risco de ações antitruste relacionadas aos serviços de busca, Ad Tech, Android e à distribuição de aplicativos.

“Essas reformas, raramente alcançadas em ações derivadas de acionistas, constituem uma reformulação abrangente da função de conformidade da Alphabet”, afirmaram os advogados dos acionistas, segundo o Money Times. Eles acrescentaram que o acordo resulta em “uma mudança cultural profundamente enraizada”.

Cade reabre inquérito contra Google (GOGL34) por abuso de posição no mercado

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) reabriu um inquérito administrativo que investiga o Google (GOGL34) por suposto abuso de posição dominante no mercado de buscas e no uso de conteúdo jornalístico.

A apuração diz respeito a uma possível “raspagem” de conteúdo jornalístico proveniente de outros sites por parte do Google. Isso faria com que o material aparecesse diretamente em sua página de resultados. O tema será analisado pelo tribunal do Cade.

A exibição de conteúdos jornalísticos diretamente nas plataformas da companhia pode desviar o tráfego que originalmente iria para os sites dos veículos de imprensa. Isso representa menos acesso e, consequentemente, menos receita publicitária para os produtores do conteúdo. Além disso, empresas jornalísticas se preocupam com a possibilidade de o Google priorizar seus próprios serviços nos resultados de busca.