Regras de SPT

Governo mira petróleo e pode custar caro à Petrobras (PETR4), avalia XP

A XP projeta que, caso as medidas sejam de fato implementadas, a Petrobras poderia ter uma redução de aproximadamente dois pontos percentuais no rendimento

Foto: Divulgação

O governo federal, em mais uma tentativa de “arrumar a casa” no campo fiscal, lançou uma proposta para arrecadar até R$ 35,25 bilhões junto ao setor de petróleo e gás entre 2025 e 2026. O movimento gerou reações imediatas no mercado financeiro, já que as medidas envolvem aumento da carga tributária e antecipações de receita.

Essa nova frente de incerteza preocupa investidores e deve pressionar o desempenho das companhias do setor nas próximas semanas — incluindo uma das empresas com maior peso no Ibovespa, a Petrobras (PETR4).

O pacote do governo, discutido entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), deve incluir alterações nas regras da participação especial (SPT), revisão no cálculo do preço de referência do petróleo, leilões de áreas ainda não contratadas e acordos em campos como Jubarte e Sapinhoá.

Impacto nas companhias e ações, segundo a XP

As companhias mais sensíveis ao conteúdo do pacote seriam, segundo a XP, a Petrobras (PETR4) e alguns de seus principais parceiros, como a Shell Brasil. Em seguida, empresas como PRIO (PRIO3) e 3R Brava (BRAV3) também podem ser afetadas. Para os analistas, o ponto central é que medidas como a elevação da participação especial e a revisão do preço de referência pressionam o fluxo de caixa das empresas e reduzem a atratividade para os acionistas.

A XP projeta que, caso as medidas sejam de fato implementadas, a Petrobras poderia ter uma redução de aproximadamente dois pontos percentuais no rendimento do fluxo de caixa livre aos acionistas. Com base nos preços do petróleo Brent — referência global — entre US$ 60 e US$ 70 por barril, a estatal atualmente representa um rendimento estimado de 11% a 18%.