O presidente-executivo do Itaú Unibanco (ITUB4), Milton Maluhy Filho, disse nesta terça-feira (5) a jornalistas que o banco “certamente” irá pagar dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2024.
A declaração acontece após o Itaú reportar um lucro líquido de R$ 10,6 bilhões no terceiro trimestre, número 18,1% maior que o registrado há 1 ano. O resultado acima do esperado pelo consenso LSEG, que era um número em torno de R$ 10,359 bilhões.
“A discussão é sobre qual é o tamanho do dividendo”, disse o executivo, acrescentando que a divulgação dessa decisão deve ocorrer no começo de 2025, quando será publicado o balanço de 2024, bem com as projeções do banco para o próximo exercício.
Milton Maluhy Filho frisou ainda que, apesar de cenário desafiador, com alta de juros e inflação e câmbio piorando, o banco deve manter o “apetite” de crédito.
“Não tivemos qualquer mudança em nosso apetite. […] Nossa gestão de portfólio é ativa, trabalha com visão prospecção de cenário e é atualizado diariamente. A gente continua a ver de forma positiva a nossa capacidade de crescer carteira com qualidade”, afirmou o CEO do Itaú.
“Evidentemente que a gente nunca está imune a cenários disruptivos, dado o tamanho da organização e o tamanho da nossa carteira. Por isso trabalhamos com níveis de provisões adequados, na nossa opinião, e tempestividade para ter que fazer correções de rotas quando o cenário muda”, completou.
Mais dados do Itaú referentes ao 3TRI24
O ROE (retorno sobre patrimônio líquido) anualizado do Itaú fechou o trimestre em 22,7%, com crescimento de 1,6 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023.
Em outras linhas operacionais, a carteira de crédito total ajustada do banco chegou a R$ 1,278 trilhão, com crescimento anual de 9,9%. Ao passo que a margem financeira gerencial foi de R$ 28,512 bilhões, com alta de 8,5% na mesma base de comparação.
O Itaú reportou que sua margem com clientes finalizou o período em R$ 27,455 bilhões, com crescimento anual de 7,4%. Já a margem com o mercado, de R$ 1,05 bilhão, com expansão de 47,7%.
Além disso, o índice de inadimplência total do banco, para empréstimos com mais de 90 dias de atraso, caiu 0,4 ponto percentual, ainda na comparação com o 3º trimestre de 2023, para 2,6%.
“O cenário positivo na qualidade de crédito, em função das safras recentes, e a consequente melhora nos índices de inadimplência justificam a redução da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa na comparação anual”, consta no comunicado da instituição.
O custo de crédito trimestral somou R$ 8,24 bilhões, com queda de 11% em bases anuais. Por outro lado, as despesas não decorrentes de juros totalizaram R$ 15,94 bilhões no período, com alta anual de 8,2%.