
Economistas do banco Itaú (ITUB4) sugeriram, nesta quarta-feira (28), uma série de medidas para o governo compensar a perda de arrecadação estimada com a contração, em partes, dos aumentos das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). As sugestões consideram que o Executivo poderia optar por uma compensação pelo lado da receita.
Falando a jornalistas no evento “Macro em Pauta”, promovido pelo banco em São Paulo, os especialistas apontaram como possibilidades uma maior taxação de apostas esportivas (bets), a implementação do IOF sobre transações com criptomoedas, bem como a elevação no Orçamento de algumas receitas com dividendos que estariam subavaliadas.
Após recuar em parte do plano sobre o IOF na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o recuo teria um impacto de aproximadamente R$ 6 bilhões na arrecadação do governo — R$ 2 bilhões neste ano e R$ 4 bilhões em 2026 —, mesma estimativa apresentada pelo Itaú.
Na última segunda-feira (26), Haddad afirmou que o governo teria até o fim desta semana para decidir como compensará a arrecadação, ao passo que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, declarou nesta quarta-feira que a pasta vai se “debruçar” sobre alternativas em relação ao IOF.
Itaú (ITUB4): alternativas para compensar a perda de arrecadação
“Tem muita gente que se tornou adepta de apostas esportivas. Não vejo por que elas não possam ser taxadas como cigarro ou bebidas. Poderia ser uma fonte importante de receita”, disse o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, no evento, de acordo com o InfoMoney.
“O aumento do IOF deixou de fora as criptomoedas. Não me parece fazer sentido também deixar esse segmento isento de tributação do IOF, dado que você vai tributar os outros. O ideal seria não ter o IOF”, acrescentou.