Foto: Reprodução Flickr
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O Itaú Unibanco (ITUB4) apresentou um terceiro trimestre de 2025 marcado por consistência e disciplina financeira, segundo avaliação de analistas. O banco reportou lucro recorrente de R$ 11,9 bilhões, avanço de 11% em relação ao mesmo período de 2024, e ROE de 23,3%, sinalizando a manutenção de uma rentabilidade robusta mesmo em um cenário econômico desafiador.

A instituição também revisou para cima sua NII (projeção de receita de juros líquida) para o ano, agora estimada entre R$ 3,0 bilhões e R$ 3,5 bilhões, frente à faixa anterior de R$ 1–3 bilhões. O movimento foi interpretado pelo mercado como um sinal de confiança na sustentação das margens e no controle de custos.

Proventos bilionários no radar

Mesmo sem confirmação oficial, cresce entre analistas a expectativa de que o Itaú anuncie uma distribuição extraordinária de até R$ 30 bilhões em dividendos ainda em 2025. Caso o pagamento se concretize, o dividend yield da ação poderia alcançar entre 6% e 8%, reforçando a atratividade do papel sob a ótica de remuneração ao acionista.

Para o planejador financeiro Gustavo Moreira, especialista em investimentos e MBA em Finanças pela FBNF, o trimestre “confirmou o padrão de excelência do Itaú, sem grandes surpresas, mas com qualidade operacional e consistência na entrega”.

“O lucro de R$ 11,9 bilhões e o ROE de 23,3% mostram que o Itaú segue eficiente em transformar lucro em retorno, sem sacrificar crescimento”,
avalia Moreira. “Se o banco confirmar uma distribuição bilionária, reforça ainda mais sua imagem de boa governança e maturidade na gestão de capital.”

Ele pondera, no entanto, que o mercado observará como a administração equilibra essa distribuição com a manutenção de capital. “Um dividendo alto pode ser positivo para preço e percepção de governança, mas, se parecer que pressiona o crescimento, o impacto pode ser neutro ou até negativo”, afirma.

Gestão de risco e estabilidade operacional

A carteira de crédito do Itaú ultrapassou R$ 1,4 trilhão, crescendo cerca de 6,4% em relação ao ano anterior, enquanto a inadimplência acima de 90 dias se manteve estável em 1,9%. O CET1, índice que mede o capital principal do banco, ficou em 13,8%, patamar confortável para sustentar crescimento orgânico e ampliar a distribuição de proventos.

Moreira destaca que o resultado “mostra uma gestão de risco madura, sem sinais de deterioração da carteira e com margem de segurança adequada”.

“O Itaú está numa posição rara entre os bancos: consegue crescer, manter provisões adequadas e ainda devolver capital ao acionista”, explica. “Isso o transforma num ativo de estabilidade dentro do setor financeiro — não é um papel de crescimento explosivo, mas de rendimento previsível e segurança.”

Visão de investimento: rendimento e consistência

Com as ações ITUB4 negociando a um yield próximo de 6%, o banco segue atrativo para investidores que buscam renda e estabilidade de portfólio.

“Para quem quer compor carteira com foco em proventos, o Itaú entrega previsibilidade. A faixa atual de preço já é razoável para entrada, mas quedas abaixo de R$ 35 tornariam o papel ainda mais interessante”,
afirma Moreira.

O especialista lembra, porém, que há riscos a monitorar, como compressão de margens diante de eventual corte mais intenso na taxa Selic ou elevação de provisões caso o cenário macroeconômico se deteriore. “São variáveis que não anulam a tese, mas exigem atenção. Hoje, o Itaú se destaca por entregar retorno real elevado com risco controlado”, diz.

Conclusão

Na leitura de analistas e investidores, o Itaú reforça sua imagem de solidez e previsibilidade, apoiado em rentabilidade alta, gestão prudente e disciplina na remuneração ao acionista.

“É um banco que encontrou o equilíbrio entre crescimento, segurança e retorno — e essa combinação é o que o torna tão difícil de substituir na carteira de quem busca estabilidade no setor financeiro”,
conclui Moreira.