
A assembleia de acionistas da JBS aprovou nesta sexta-feira (22) a dupla listagem das ações do frigorífico, alinhado as expectativas do mercado.
Uma contagem preliminar dos votos dos acionistas do frigorífico, divulgada na véspera, indicou que uma leve maioria se posicionou contra a proposta da empresa de listar suas ações nos Estados Unidos.
A ação da JBS teve a negociação interrompida 10h17 (horário de Brasília) na bolsa brasileira, a B3. Com a dupla listagem, as ações da JBS passariam a ser negociadas tanto nos EUA quanto no Brasil, onde a empresa emitirá BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
A expectativa é que a exposição a uma gama maior de investidores nos EUA possa levar a uma reescala que aproxime a empresa dos irmãos batista dos múltiplos de outras gigantes globais, como a Tyson. Na parcial publicada ontem (22), 37% dos acionistas se mostraram contra, enquanto 33% deram aval a decisão.
No mês passado, o BNDESPar, segundo maior acionista da JBS e o braço de participações do BNDES, anunciou que se absteria de votar na assembleia realizada mais cedo.
Reação do mercado
A decisão foi bem recebida pelo mercado, impulsionando as ações da companhia, uma vez que havia incerteza quanto ao apoio do BNDESPar à estratégia da empresa de se listar nos EUA.
O plano de listagem nos EUA também enfrentou críticas de políticos e grupos ambientalistas, que levantaram preocupações sobre a corrupção, concentração de mercados e riscos ambientais.
As ações da JBS exibiam alta de 0,5% quando tiveram negociações suspensas pouco após a abertura do mercado.
Algumas empresas de consultoria alertam que a nova estrutura de ações de classe dupla provavelmente reduzirá o poder do voto dos acionistas minoritários, potencialmente limitando sua influência sobre o processo de decisão da empresa.
Sob a nova estrutura da dupla listagem, os acionistas controladores da empresa, que atualmente detêm uma participação de 48,34% em uma única classe de ações, poderiam ver seu poder de voto aumentar para até 85%, segundo estimativas de analistas.