Pós balanço

Lojas Renner (LREN3) cai mais de 7% após balanço

O recuo, no entanto, vai de encontro à percepção dos analistas, que classificam os resultados da empresa como sólidos.

Foto: Renner (LREN3)/Divulgação
Foto: Renner (LREN3)/Divulgação

As ações da Lojas Renner (LREN3) estão passando forte queda no pregão desta sexta-feira (8), no Ibovespa. Movimento se deve ao balanço do segundo trimestre de 2025, divulgado na noite quinta-feira (7).

O recuo, no entanto, vai de encontro à percepção dos analistas, que classificam os resultados da empresa como sólidos, apesar da incerteza sobre o que esperar do segundo semestre de 2025, disse o Money Times.

Os papéis da Lojas Renner chegaram a cair mais de 7% no pregão desta sexta, performando entre as maiores quedas do Ibovespa. Por volta de 14h55 (horário de Brasília), o recuo era de 5,49%, a R$ 17,05. Às 15h47 o recuo era de 6,65%

Lojas Renner (LREN3) reportou um lucro líquido de R$ 404,5 milhões no segundo trimestre de 2025, crescimento de 28,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Percepção das instituições financeiras

Para o Bradesco BBI, os resultados vieram fortes, como já era esperado. Porém, os analistas não acreditam que os números do trimestre justifiquem uma revisão positiva das projeções, visto que o lucro bruto do setor de vestuário foi compensado, principalmente, por despesas um pouco piores do que o esperado e pelo desempenho da Realize.

“A Lojas Renner se juntou à festa do vestuário voltado para o público de média renda no 2T25, com todas elas apresentando SSS de cerca de 16 a 18% e melhora de margem bruta de 0,80 ponto percentual ou mais em relação ao ano anterior, tendo gerado esse desempenho com base nas comparações fracas do 2T24, clima favorável e uma maior participação nas vendas a preço integral”, colocam os analistas Pedro Pinto e Flávia Meirelles.

O BBI recordou a temporada de resultados do segundo trimestre de 2022, marcada por resultados operacionais robustos entre os players de renda média, mesmo que por razões diferentes do 2T25. Os analistas ponderaram que, no cenário atual, está igualmente difícil avaliar qual parte do forte desempenho foi impulsionada por fatores micro e qual foi impulsionada por fatores macro.

A instituição permanece cautelosa em relação ao consumo discricionário no segundo semestre deste ano, e reforça a visão de que a alta marginal das ações parece depender de ventos favoráveis macro ou de iniciativas de nível micro. Para os analistas, ainda é muito cedo para serem precificadas. Por enquanto, a recomendação neutra está mantida.

Para o BTG Pactual, apesar dos fundamentos menos atraentes do que os níveis históricos, com crescimento mais lento e maiores desafios para recuperar margens em um segmento mais competitivo, além de uma desaceleração esperada no segundo semestre de 2025, existem chances de alta nos números para este ano, com a melhora da margem bruta como um fator-chave.

Mesmo com a expectativa de desaceleração no segundo semestre, a melhora de margens e execução consistente mantêm a recomendação de compra do banco.

Genial Investimentos apontou que o balanço da Renner confirmou expectativa positiva para o setor.  “A base de comparação mais fraca do ano anterior criava um terreno fértil para crescimento, e a Renner soube capitalizar esse momento com maestria”, afirma o analista Iago Souza.

Souza também destaca que a varejista maior vendas de mesmas lojas (SSS) do setor no trimestre, com alta de 18,6% em base anual, superando C&A (+17,0%) e Guararapes (+15,8%)

“Seguimos confiantes com a tese. Vemos espaço para a Renner continuar entregando bons resultados no 2º semestre, amparada pelo aumento da renda disponível, maior investimento em expansão de lojas e um ambiente mais favorável para o consumo discricionário de ticket baixo”, diz o analista da Genial.

O Itaú BBA pontuou que agora os olhares estão no segundo semestre do ano, com uma possível desaceleração e bases de comparação desafiadoras.

“Os resultados do segundo trimestre, embora fortes, fornecem pouca clareza sobre o desempenho de vendas futuro da empresa. A expansão da margem bruta oferece certo alívio, já que era uma grande preocupação para o ano devido às pressões cambiais e inflacionárias”, colocam os analistas.