Avaliações de bancos

M. Dias Branco (MDIA3) desaba mais de 9% após 3TRI24 frustrante

A empresa reportou uma queda de 51,9% no lucro líquido e de 48,1% no Ebtida; vendas recuaram 6,9% no trimestre

M. Dias Branco
Foto: Divulgação

As ações da M. Dias Branco (MDIA3), dona de marcas como Piraquê, Adria e Vitarella, caem forte nesta segunda-feira (11), após a empresa do setor de alimentos divulgar um balanço de resultados do terceiro trimestre frustrante para investidores. Por volta das 13h (horário de Brasília), os papéis recuavam 9,14%, cotados a R$ 22,95.

A empresa reportou um lucro líquido de R$ 124,7 milhões no terceiro trimestre do ano, uma retração de 51,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado foi afetado negativamente pela retração nos volumes vendidos, redução do preço médio e aumento de custos no período.

Já a receita líquida caiu 12,1% no terceiro trimestre, alcançando R$ 2,404 bilhões, em comparação aos R$ 2,735 bilhões registrados no 3TRI23. O volume de vendas total da empresa registrou uma redução de 6,9% no trimestre, somando 419,3 mil toneladas.

O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 228,9 milhões, um recuo de 48,1%. A margem Ebitda também sofreu uma redução expressiva de 6,6 pontos percentuais, indo de 16,1% para 9,5%.

Avaliação de bancos sobre 3TRI24 da M. Dias Branco (MDIA3)

Segundo o JPMorgan, o principal motivo da retração foi a diminuição de 7% no volume de vendas, combinada com uma queda de 5,6% nos preços médios, enquanto os custos de produção aumentaram, resultando em uma compressão de 740 pontos-base na margem bruta.

Diante disso, analistas do JPMorgan acreditam que a M. Dias Branco ainda não ajustou corretamente a equação volume/preço, o que levou a uma queda de 12% na receita.

O JPMorgan manteve classificação de venda porque acredita que fatores semelhantes (ou piores) continuarão no próximo trimestre.

O Itaú BBA comenta que foi um trimestre para esquecer, devido aos resultados mais fracos do que o esperado, que provavelmente decepcionaram até os investidores mais pessimistas. Apesar disso, o banco manteve a classificação neutra.

“Além disso, a nova divulgação com menos granularidade sobre a dinâmica da receita pode não ser bem recebida pelo buy-side, potencialmente desencadeando uma reação negativa devido à menor visibilidade à frente”, ressaltou o BBA em relatório antes da abertura do mercado.

Segundo a XP Investimentos, a M. Dias reportou dados para esquecer no 3TRI24, materialmente abaixo das suas expectativas, afetado por: (i) preços mais baixos e volumes menores – uma dinâmica de preços errática, juntamente com um ambiente competitivo mais acirrado, levou a companhia a perder participação de mercado no trimestre; (ii) preços de commodities mais altos; e (iii) menores custos e diluição das despesas SG&A (de vendas, gerais e administrativas) devido ao volume mais fraco.

Em meio a um real mais desvalorizado, aumento nos preços das commodities (particularmente óleo de palma) e sem resposta nos preços, a XP reiterou sua postura negativa em relação à tese de investimento.

O BTG Pactual, por sua vez, mantém uma recomendação neutra desde 2018, pois a M. Dias Branco alterou sua abordagem comercial, que antes era centrada no volume, para uma mais focada no preço.

Desde então, a empresa começou a perder participação de mercado em certos segmentos e tem enfrentado dificuldades para manter o poder de precificação e as margens nos níveis anteriores.

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