A companhia de massas e biscoitos M.Dias Branco (MDIA3), reportou resultados abaixo do esperado nesta sexta-feira (02). A empresa cearense líder do segmento registrou EBITDA de R$ 179 milhões, 30% abaixo das expectativas do mercado. As ações caiam 13,76% as 11h05 (horário de Brasília) cotadas a R$ 22.
A receita líquida da empresa registrou crescimento de 3,2% em comparação ao 1T24, com cifra de R$ 2,2 bilhões. Apesar da alta, que ainda veio abaixo da previsão de especialistas consultados pela Bloomberg, onde estipulavam crescimento de 2,3%, o crescimento não veio pelo aumento de vendas, mas pela alta nos preços dos produtos da fabricante.
“Gostaríamos de ter crescido no volume. Isso é um ponto de atenção importante para a companhia. Nossa prioridade é reverter essa tendência”, afirma Fábio Cefaly, diretor de novos negócios e relação com investidores da M.Dias Branco. A declaração foi dada ao portal NeoFeed.
O time de especialistas do Itaú BBA vê o trimestre como um obstáculo adicional na trajetória da M.Dias rumo a recuperação da lucratividade. Segundo o banco, as estratégias de precificação não compensaram a alta dos preços das commodities como era esperado.
M.Dias Branco é agravada por cenário externo
O lucro líquido da empresa para os primeiros três meses de 2025 também desapontaram. Com resultado de R$ 69,4 milhões, os números vieram 55,2% menores do que o registrado no mesmo intervalo de 2024. A redução nesse segmento foi justificada pela alta do dólar o que afetou o custo das commodities.
O trigo utilizado na fabricação de massas e pães valorizou 4% sobre o 1T24 e o óleo de palma registrou alta de 24% no período.
O Bradesco BBI aponta que o crescimento em volumes é o principal indicador de recuperação financeira da companhia e observa com cautela os próximos resultados da fabricante.
Embora a administração tenha apontado a recuperação da participação de mercado como prioridade máxima, “os resultados do 1T25 não forneceram evidências claras de que isso esteja se materializando”, comenta BBI. “Na verdade, o trimestre estabelece uma base mais baixa para 2025 e deixa as mesmas perguntas que tínhamos no final do ano passado sem resposta”, completa o banco.