O governo de Minas Gerais (MG) protocolará uma petição na Justiça solicitando que as negociações para um acordo de reparação pelo rompimento da barragem em Mariana sejam continuadas, após o Governo Federal descartar a última proposta das mineradoras, o que MG observou como “nitidamente protelatório”.
A nova oferta das mineradoras é de R$ 127 bilhões e tem o objetivo de estabelecer um acordo definitivo para a reparação dos danos causados pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco – uma joint venture da Vale (VALE3) com a BHP – em 2015.
“A nossa compreensão é de que não é uma proposta perfeita, não é algo para assinar embaixo, mas é uma proposta que nos permite continuar a dialogar”, declarou a secretária de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto, à Reuters.
Contudo, a União e o Espírito Santo rejeitaram nesta sexta-feira (3) a proposta, antes mesmo da União conversar sobre os termos com Minas Gerais, Estado mais afetado, onde a barragem colapsou, sinalizou a secretária.
Além disso, Barreto declarou que ao receber a nova oferta em abril, Minas Gerais e Espírito Santo pediram uma audiência com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), para debater sobre o tema.
“Tanto ele (Rui Costa) quanto o advogado-geral da União se recusaram a receber os dois governadores, e fomos informados por uma posição da União no final do dia de ontem, de que deveria haver um entendimento nosso de que esse acordo não pode ser feito nessas condições, de que não há negociação… e que caberia a nós endossar essa posição deles”, disse ela, de acordo com o “Investing”.
Vale (VALE3) retira barragem em MG de estado de emergência
A ANM (Agência Nacional de Mineração) retirou o nível de emergência da barragem Peneirinha, localizada na mina de Horizontes, com Complexo Vargem Grande, em Nova Lima (MG). A barragem é propriedade da Vale (VALE3), que agora passa a deter 12 estruturas que saíram do patamar de alerta nos últimos dois anos.
A Vale (VALE3) possui outras 19 barragens com certo nível de emergência. Dessas, estão inativas todas as que receberam rejeitos.
A companhia espera reduzir para nove o número de estruturas nessa situação.